Enquanto faço esse post, qualquer pessoa pode estar matando, morrendo, nascendo, tocando, cantando, dançando, interpretando, enfim, o tempo cruel nos permite analizar as comparações que a arte nos revela. No último final de semana, com muitos percalços a Cia Père Marie apresentou a nova versão do espetáculo A Aparição, uma releitura da antiga peça Aparição de Nossa Senhora de Sion. O teatro popular, por mais que seja democrático precisa de um direcionamento, e certas vezes somos obrigados a endurecer a linha de atuação, pois as pessoas persistem em ficar dentro de limites curtos, transponíveis facilmente. Ao final, com incentivo e fé, (sim a fé está lá, nos bastidores) é possível que alguns artistas se revelem e se superem, outros ficarão pelo caminho medíocre que os limites lhes demarcam.
A Cultura não é para quem quer ter limites, amarras ou direções certas. As estradas podem ser muitas, ou podemos ficar o tempo todo em um lugar só. Nada está absoluto ou cognitivo na Cultura, e uma vida como essa não é atrativa à muitas pessoas, salvo em casos de oportunidade clara de ganhos financeiros.
Na política cultural, a velocidade não é um forte. E os recentes desagravos do nosso ministério refletem que a pasta continua sem pressa, sem nenhuma perspectiva, assim como as pessoas medíocres que gostam mesmo é dos holofotes culturais.
Independente do número das estradas que o Cultura em Foco atravessar, com seus textos, teatro, vídeos, música e tudo o mais, é certo que encontraremos pessoas assim no caminho. A má notícia é que vamos nos irritar muito com elas. A boa é que elas ficarão pra trás.
Ao entrar para a produção cultural, a escolha é simples. Decida de que lado está, e saberemos se seu corpo estará pelo caminho. Boa sorte.
Onde houver arte, existirá uma chance.
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