Não, este não é Santo Antônio. |
O sincretismo religioso brasileiro, na época da escravidão associou Santo Antônio, aquele um companheiro de São Francisco, ao Exu da Umbanda, e ao Ogum do Candomblé. O Santo católico foi doutor da igreja, professor de teologia e depois se juntou à vida penitente dos franciscanos. Ficou conhecido como santo casamenteiro, mas na verdade era um bom conciliador de casais, não há registro de que, em vida, tenha "arranjado marido" à nenhuma donzela solitária. A relação sincrética com os Orixás do Candomblé ou com as entidades da Umbanda é no mínimo interessante. Ogum é a deidade da Guerra, da forja dos metais e poderoso vencedor de demandas, não consta bondade extrema nos currículos de nenhum orixá, aliás, todos eles têm comportamentos muito próximos aos nossos, com a diferença de que são dotados de uma carga sobrenatural. Já Exu é um elemento neutro, na Umbanda ele trabalha à base de troca, mas é constantemente confundido com espíritos trevosos que atrapalham os rituais de paz e piedade da Umbanda. A grande verdade é que os populares se apegam às estas entidades como provedores imediatos de soluções para suas mazelas. O Catolicismo, a Umbanda e o Candomblé nutrem diferenças fundamentais, mas todas são monoteístas, embora se diga que o Candomblé é Panteísta, mas está claro que Olorum (cultuado na nação Ketu) é criador de todas as coisas, inclusive dos Orixás, ou seja, o culto se presta de maneira intercessória, no meu entendimento. Mas como não há como parar as crendices, fica uma dica preciosa se você é do tipo que vai fazer simpatia ou reza atrás de marido ou namorado: Santo Antônio está mais preocupado com os pobres, Ogum não tem nada a ver com isso, e Exu, este sim vai te ouvir. Só lembrando que para Exu você pede, para Exu, você paga.
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