terça-feira, 30 de novembro de 2010

Poema da Noite - Concreto e sombra

 
 



Vestidos de cinzas, penitentes
Olhamos as ruas padecendo,
Bêbadas do nosso suor
Satisfeitas com nossas lágrimas

Cai sobre nós a noite bela

Como dádiva tardia
Luzes ofuscantes pesam e nos derramam
E vemos as paredes como paisagens

Aqui não se lamenta pouco
Sofre-se a demora da vida
Da causa ideal que nos envolve
Da derrota perene que o concreto esconde

Eis da noite que surge uma vida nova e fria
Para o remanso que procuramos sob o sol escaldante
Tudo o que queremos
É encontrar sombras abstratas sob o concreto e as luzes

Pois as luzes belas da mentira
Nos matam mais que a verdade que a escuridão esconde
Sob as sombras, vivos estaremos.

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