Editorial - Cultura e Acessibilidade

Estimado Leitor

Recentemente, recebi da Giselle Morais (@coisasdagi)  a prévia do seu livro, chamado "A Toda
Velocidade". Giselle é de Recife, fisioterapeuta e para escrever esse livro, viveu 30 Dias como cadeirante.

Nós, brasileiros, estamos muito mal acostumados com as questões que dizem respeito aos diferentes. Ora queremos ajudar e abraçamos causas que, quer vocês gostem ou não, são secundárias, e ora esperamos que aconteçam as campanhas beneficentes. Então, já que é assim que funciona, pelo menos a classe que lê terá na sua estante uma campanha profunda e permanente, com detalhes riquíssimos não só sobre as dificuldades, mas as passagens mínimas da vida dos cadeirantes, que nenhuma novela conseguiria nos transmitir.

Giselle acerta ao associar o movimento pela acessibilidade com um produto cultural como o livro. A linguagem é bem democrática e não dá para parar de ler.  O aspecto de "militância chata"  não existe, e nos deixa corados de vergonha logo no início na demonstração de tudo o que podemos fazer em 30 Dias, e também quando nos taxamos, errôneamente, de "normais". Quem disse que cadeirante é "anormal"?.  Além disso também descreve situações de cotidiano dos cadeirantes como almoço, lavar a louça, ir ao banco e muito mais. O livro A Toda Velocidade,  o qual faço questão de pautar seu lançamento, assim que tivermos a data, mostra que a produção cultural pode sim,  na prática, melhorar a qualidade de vida na sociedade. Afinal, foi feita para todos, andantes e cadeirantes. Aguardamos em CWB o lançamento desta obra com importância vital.  Enquanto isso, podemos acompanhar a Giselle no blog Fisioativa, de onde "furtei" o vídeo abaixo. 

Boa notícia para começar a semana. Onde houver arte, existe uma chance.