sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Poema da Noite - Sobre Os ventos e as Víboras






Perceba a solidão e respire  a companhia do vento
É onde a dor se manifesta
Ele uiva em seus cabelos as palavras doces que não ouviu durante o dia
à noite, as máscaras caem

No ardor mortal do veneno da víbora
que rasteja sob suas pernas
Não tire os olhos dela, nem de ninguém
É o seu desespero que se tornou visível

O refrigério dos ventos não mente
É a tua vida que se desfaz quando não suporta mais
A máscara de ser alguém tão real
A verdade não é o que querem de você

São mais do que notas e símbolos
Você tem peso e medida
Mesmo que tua santa mãe tenha lhe dito o contrário
E você será ou não considerado suficiente

O vento não desvia de você
Traz a ti os anseios de outros
No perfume insano da amargura que viveram
Sob o intenso calor de um dia normal

O vento e a víbora estão com você
O perfume do cansaço da verdade
E o perigo da mentira eterna que rasteja
E faz a humanidade rastejar por prazer
O prazer que é agora, ou nunca mais

Ao fim,  somente o vento  resta
Cantando triste, uma verdade dura, que ninguém quer ouvir
E quem ouvir, a verdade  chorará
sem a máscara do alguém verdadeiro
que só vive durante o dia.

Lágrimas e víboras que rastejam
Brilhando ao som do vento
Que levará a outros a tua verdade...

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