Acervo de produções culturais, notícias e imagens do Projeto Cultura em Foco, Cia Père Marié e Allan Jones.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Poema da Noite - Sobre Os ventos e as Víboras
Perceba a solidão e respire a companhia do vento
É onde a dor se manifesta
Ele uiva em seus cabelos as palavras doces que não ouviu durante o dia
à noite, as máscaras caem
No ardor mortal do veneno da víbora
que rasteja sob suas pernas
Não tire os olhos dela, nem de ninguém
É o seu desespero que se tornou visível
O refrigério dos ventos não mente
É a tua vida que se desfaz quando não suporta mais
A máscara de ser alguém tão real
A verdade não é o que querem de você
São mais do que notas e símbolos
Você tem peso e medida
Mesmo que tua santa mãe tenha lhe dito o contrário
E você será ou não considerado suficiente
O vento não desvia de você
Traz a ti os anseios de outros
No perfume insano da amargura que viveram
Sob o intenso calor de um dia normal
O vento e a víbora estão com você
O perfume do cansaço da verdade
E o perigo da mentira eterna que rasteja
E faz a humanidade rastejar por prazer
O prazer que é agora, ou nunca mais
Ao fim, somente o vento resta
Cantando triste, uma verdade dura, que ninguém quer ouvir
E quem ouvir, a verdade chorará
sem a máscara do alguém verdadeiro
que só vive durante o dia.
Lágrimas e víboras que rastejam
Brilhando ao som do vento
Que levará a outros a tua verdade...
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