Uma vítima dos remakes.

Boa tarde.

Vou eleger agora uma vítima em potencial da indústria do cinema: eu mesmo.  Eu que sempre gostei de bons filmes, cheios de criatividade, drama, sangue, suor, lágrimas e tudo mais que temos direito como consumidores culturais, e que assisti belas obras até o final do século XX, passando a ser expectador de uma revolução no início do século XXI, sim amigos, eu devo estar agora com uns duzentos anos. Eu que tive o prazer de ver os monstros em stop motion da primeira versão de "Fúria de Titãs", que me surpreendi com as crianças simpáticas de "Colheita Maldita" e saí vendo fantasmas em tudo o que é lugar após Horror em Amytiville. Com a notícia de que haverá o remake de "Um Lobisomem Americano em Londres" venho à tribuna do Cultura em Foco manifestar minha indignação com a indústria dos chamados "criativos" do cinema.  Já vi alguns remakes e confesso, tudo está ficando sem sentido, as histórias se perdem em contextos onde a tecnologia tem que prevalecer, pois claramente a indústria acredita que as novas gerações não conseguirão assimilar muito mais do que filmes baseados em games ou produções a La Bruxa de Blair, além das comédias enlatadas, claro. Esquecem-se porém, que os "velhinhos" são os que mais consomem esse tipo de produção, pois ainda mantém os bons hábitos de frequentar salas de cinema, locadoras de vídeo (sim, ainda vão até lá), teatro e outros bons hábitos culturais. Esquecem-se que as mensagens artísticas para a geração Y chegarão muito mais rapidamente através dos downloads e sites de compartilhamento, e poucas críticas vindas desta faixa serão realmente válidas na hora de julgar uma obra, ou até mesmo de vendê-la. 

Deixo claro que não contra remakes, desde que acrescentem, esclareçam e melhorem a partir do roteiro original. O que temos, são amputações cruéis nas boas produções do cinema. 

abraços.

Fúria de Titãs. O guerreiro passou a lutar somente por vingança ao invés de buscar os braços de sua amada. Refletindo novos valores no cinema, e na vida.