quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ariano era Brasileiro ou Nordestino?



É muito difícil designar um valor  para uma obra como a de Ariano Suassuna.  Sua morte, sua sentença final deixa-nos uma riqueza intelectual invejável,  enfeitada por uma erudição genuinamente brasileira.  Ao morrer, deve ter se irritado ao extremo com os "#RIP" das redes sociais, afinal, não aceitava estrangeirismos, chegando a chamar Michael Jackson de lixo cultural.  De um humor inabalável, queria "fugir do Brasil e voltar para o Ceará",  e sempre esquecendo de que sua obra mais popular, o Auto da Compadecida, foi produzida para a TV por aquela que, talvez, seja uma das maiores produtoras de lixo cultural do planeta, a Rede Globo. 
Somente a retórica riquíssima de um Imortal (por merecimento) da Academia Brasileira de Letras pode-se espalhar com tais polêmicas e declarações, e passar despercebido, sem culpa. Aliás,  só por abrigar José Sarney, a ABL já poderia ter sido considerada antes como uma das grandes traidoras da nossa língua pátria. 
Mas Ariano é sempre perdoável. Assim como suas queridas crias que conseguiram a redenção diante da Compadecida.  Em caso de julgamento, que se livre Ariano, e também Michael Jackson. 
Para a Globo, e José Sarney, reservem o inferno, em bom português. 

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