quinta-feira, 8 de março de 2012

Crítica: A Mulher de Preto



Não é de hoje que se forma uma grande expectativa em torno do ex-elenco mirim de Harry Potter.  No entanto não foi difícil perceber que seria muito mais fácil para os coadjuvantes, como Tom Felton e Emma Watson.  E enfim chegou a hora de Daniel Radcliffe mostrar a que veio. É verdade que ele já dançou na Broadway depois de Harry Potter,  mas não se expôs o suficiente para um público que o viu crescer como o personagem ícone da literatura infantil dos últimos dez anos.
Vamos ao filme: A Mulher de Preto é uma bela história de terror, ao estilo antigo, com fantasmas  e sustos que, apesar de previsíveis, continuam sendo sustos, e é em torno deles que se desenvolve uma boa história de terror. É uma história inglesa à moda antiga, ou seja, tem todo um clima de Edgar Allan Poe, apesar de cometer um erro que tem sido frequente no gênero: a temática espírita.  Filmes espíritas são edificantes, concordo, mas não acredito ser o melhor caminho ligar fantasmas assassinos ao tema. A grande verdade é que o espiritismo entrou numa espécie de moda midiática e tem sido explorado à exaustão. Por isso mesmo creio que filmes de terror devem manter sua temática bem x mal, sem justificativas nem entrelinhas que forcem o espectador a acreditar que todo mundo é bonzinho, incluindo demônios, fantasmas e a Cuca. O destaque positivo é a maquiagem.
E Radcliffe? Bem, percebe-se claramente que houve uma sucessão de erros na decisão deste jovem em assumir este personagem. Talvez ele próprio tenha errado em aceitar o papel. É fácil notar nas entrevistas que o rapaz é hiperativo e gosta do que faz, mas não é para isso que esses atores vivem cercados de assessores? Não podemos deixar de considerar que é um jovem que teve problemas com alcoolismo. Falta-lhe maturidade para interpretar um papel de pai, como o personagem exigiu. E também ainda não se desapegou de um grande problema da série Harry Potter, onde o filme girava em torno de seu personagem e sua história. Nas histórias de terror, apesar de existir um protagonista, quem realmente domina a história é o mal, ou a sua personificação fantasmagórica.  O clima londrino, com trens, mansões antigas e tudo mais ainda dá a impressão de que ao olharmos nos quadros antigos dos cenários, suas figuras começarão a se mexer, ou que, a qualquer momento chegará uma coruja branca com uma carta.  Errou Radcliffe em aceitar o papel, errou a produtora ao convidá-lo somente pensando em colher os frutos de um nome forte.  Não foi desta vez que se livrou do bruxo de J. K. Rowling, aliás, o próprio cartaz do filme acima está bem HP não? Para isso, Radcliffe terá que atuar em outras frentes, filmes contemporâneos, com outras temáticas. Caso contrário, acabará por destruir o que nem Voldemort conseguiu: o próprio Harry Potter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindo e obrigado por participar!