quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Editorial. Sem liberdade de expressão. Sem arte. Sem Cultura.

Olá amigos e inimigos leitores culturais. 

O momento de decisão se aproxima e é inevitável tocarmos no assunto das políticas culturais. Com a discussão sobre a nova lei dos Direitos Autorais que, convenhamos não foi de grande valia, não passando de algumas ameaças de emendas, concluímos que, não há respeito pelo assunto, ou melhor, a lentidão com que a Cultura é tratada nos leva imensamente a refletir se há, por parte de qualquer que seja a corrente política, o real interesse na arte livre. 
Para que haja arte livre, é necessário o pleno exercício da liberdade de expressão, e não apenas um discurso que o aprove.  O aparato estatal é populista e insensato, demonstrando que cada vez precisaremos ficar mendigando editais para o fomento cultural, mecenatos e outros subterfúgios burocráticos, e em grande parte corruptos que possam financiar estruturas mínimas para a manifestação artística, independente de qual seja.  Para isso, a liberdade de expressão deveria se manifestar de maneira grandiosa, e não depender apenas da internet e dos poucos cidadãos que se interessam pelo assunto.  
É muito difícil acreditar que haverá livre expressão, seja qual for a candidatura que se eleger, pois não há nada, ou quase nada nos programas de governo apresentados até então, que não seja superficial, como sempre foi, em relação à Cultura, agora vamos dar nomes aos bois:

Marina Silva - promete a criação do Fundo Nacional da Cultura, Revisão da Lei Rouanet e fortalecimento da diversidade cultural. 

José Serra - promete Revisão da Lei Rouanet e menos influência estatal na decisão do direcionamento dos recursos, incentivo à leitura e triplicar os investimentos gerais na Cultura.

Dilma Roussef - promete revisão da Lei Rouanet, ampliação da contribuição da iniciativa privada e melhor distribuição dos recursos culturais hoje, incluindo uma parte do Fundo Social do Pré-Sal. 

Plínio Arruda - promete uma nova União Soviética e mudará seu nome para Lenin.

Pois é, tudo muito parecido, dá a impressão de que, se qualquer um ganhar, estaremos todos satisfeitos. O fato é que nenhum deles se comprometeu, por exemplo, a criminalizar o Jabá, prática ridícula que impede bons valores de tocar nas rádios que é você que paga, pois são concessões do Estado.  Por mais que alguns músicos e artistas se posicionem a favor deste ou daquele candidato (todos eles já se encontraram com a classe, pelo menos com os globais srs), não há em nenhuma plataforma de campanha, um projeto cultural concreto, que se possa confiar.  E a liberdade de expressão, que é um dos pilares para a Arte Livre, não se manifesta fora do ambiente WEB, tampouco cobra os candidatos sobre mais detalhes das propostas culturais.

Prestem atenção: se não houver Arte Livre, não haverá Nação Livre, tampouco expressão livre. 

fica para pensar.


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