Uma bela história, sem a pretensão dos grandes blockbusters, com a cara do Brasil, e com a cara de artistas de verdade. Assim é o palhaço. Só achei o filme meio curto, parecia que ia continuar, fiquei com essa impressão. Talvez seja essa minha mania incorrigível de gostar demais de arte sincera, e foi isso que vi na história de Selton Mello. A humildade do circo itinerante, apesar da evidente produção ter tornado tudo bem mais aceitável e visualmente bonito do que realmente é, faz a história do Palhaço ter a essência artística que se perde cada vez mais. Os personagens caricatos e teatrais dão vida à fantasia e ao amor, sem recorrer aos subterfúgios que formam os artistas modernos, com suas tatuagens, efeitos especiais e corpos esculturais. Não há na história deste filme, nenhum roteiro feito previamente para prender sua atenção, não há artistas de plástico ou tramas inteligentes, há apenas arte. E para quem não se deixou alienar pelas muitas formas de arte, foi muito bem entendido. A carência de arte faz querer mais, mas a verdadeira arte é assim, se não deixar saudade, não valeu.
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