quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Contos das Encruzilhadas: Um Sonho Cai, e outro nasce.



Onde andávamos não parecíamos ter direção.  Não havia leveza, ninguém a nos orientar. O vento e os sons mais agradáveis eram nossos guias. Tínhamos uma missão inventada pela nossa eterna utopia de salvar o mundo. Queríamos a dor para ter histórias para contar, não podíamos ficar para trás dos que foram melhores do que nós na ousadia e nas aventuras. A cada esquina nossa angústia aumentava, e a música era o alimento que nos fazia calar a doença fúnebre que nos impelia a sermos apenas mais pessoas comuns. Jamais conseguiríamos. Hoje o tempo é escasso e inimigo de qualquer sonho. O tempo é amigo de uma morte lenta e sem doces palavras. Apenas os que contemplam a noite que não tem estrelas podem ver a crueldade e a beleza da utopia cinza da arte. Nós queríamos mais e a arte nos fez esperar. É a sabedoria de uma ciência que não se explica, e de um chão que testemunha as dores e os fracassos dos que vivem sob os auspícios das encruzilhadas.  As capas balançam ao vento, sob as noites veladas do sono inquieto dos viajantes. Quem tiver coragem, que nos olhe nos olhos e cante junto conosco. A qualquer momento um sonho cai, e outro nasce. Assim vivemos, e talvez assim, morreremos. Fique conosco, pois pode ser agradável. O epitáfio não fará diferença. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bem vindo e obrigado por participar!