terça-feira, 19 de abril de 2011

Editorial - O Milhão de Amigos do Rei.




Aniversário de ídolo é pauta marcada, cheia de flores e encantos e com Roberto Carlos não é diferente. Por isso, ao invés de simplesmente comemorar o fato dele ter nascido,  pois todo mundo já está fazendo isso, prefiro analisar um pouco da sua postura artística, e seus efeitos no ambiente que o cerca. 
Sua música não é mais a mesma, pelo menos desde os anos 90. Religioso, mais por superstição do que fé, propriamente dita, este artista caminha por uma estrada confortável, desde que virou uma celebridade exclusiva da maior potência de comunicação do país, a Rede Globo. Seus shows são garantia de sucesso e comunicação de massa, sobram patrocinadores, estrutura e, claro, fãs, que são uma consequência do processo de disseminação da informação. Sua obra musical contrasta com sua vida que se reveza entre a felicidade da carreira e a morte de entes queridos, o que só nos é lamentável pelo fato de que, pela sua natural notoriedade, ficamos sabendo a cada membro familiar que dele se despede, os três últimos: a esposa, a mãe e a filha. Seu aniversário é uma data que marca mais um ano de mercado na sua vida, e se isso compensar suas tragédias pessoais, merece felicitações. Caso contrário, também é bom pensar que ele tem tudo o que um artista possa querer em vida, notoriedade, homenagens, fãs fiéis. Seu inegável talento agora é secundário, mas isso é uma questão de escolha, e ele a fez, consciente. Fez muito mais que 1 milhão de amigos, mas é certo que sua despedida se aproxima cada vez mais. No apagar das luzes, talvez não sejam tantos assim, mas se tiver valido a pena, parabéns. 

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