O Brasil continua marchando na sua política cultural populista e desonrada. Mas isso não é exclusividade dos tempos modernos, midiáticos e alienados. Hoje celebra-se, ou não, o Dia do Índio, ironicamente também é o dia do Exército Brasileiro. Essas duas instituições hoje são antagônicas. Os índios com suas terras demarcadas exigem praticamente que sejam uma nação soberana e independente. O Exército exige livre acesso para que possa fiscalizar as fronteiras no que diz respeito ao tráfico de drogas e armas, setor em que somos muito frágeis, principalmente na Amazônia. Mas não é só de entraves que vive a memória e a cultura indígena. Nos anos 90 tivemos uma confusão generalizada com um grupo musical que defende os valores da cultura indígena, no entanto eles se tornaram conhecidos apenas por músicas mais irrelevantes, mas quem adquiriu o primeiro CD da banda Carrapicho, gravado em Paris viu que ali estava um precioso material com rezas e cânticos das tribos da região Amazônica, além das tradicionais rivalidades entre o Caprichoso e o Garantido, no festival de Parintins.
O Dia do Índio foi criado, logicamente pelo populista presidente Getúlio Vargas, que do mesmo modo que nosso atual governo colocou algumas minorias em evidência para que se fizesse disso base da sua plataforma eleitoral. Esmolas culturais como essa jamais resolverão o problema dos índios, que já nem sabemos se continuam sendo realmente índios. Preservar costumes e tradições do povo que aqui estava quando Cabral errou seu caminho passa, obrigatoriamente e primeiramente, por evitar a corrupção dos que ainda mantêm viva alguma tradição. Difícil,mas não impossível, mas se eu, ou você leitor, tivermos que dar essa receita, para que pagar o Estado, suas secretarias e Ministérios?
As belas raízes da cultura indígena estão ligadas à uma árvore sem frutos, e com folhas secas, e logo morrerão com ela. Guardem livros, fotos e vídeos, serão úteis no futuro.
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