Interessante como a popularidade distorce os fatos. E depois estes fatos acabam sendo tomados por verdade. Esses dois simpáticos santos gêmeos eram médicos, nascidos na Arábia de família nobre e cristã, viveram no século III, auge da perseguição de Diocleciano aos seguidores de Jesus Cristo. Cosme e Damião passa longe dos seus verdadeiros nomes, que era Acta e Passio. Como em toda hagiografia, a lenda se mistura com a realidade, e a real causa da morte dos dois irmãos é desconhecida, assim como outros mártires, conta-se que foi muito difícil matá-los, a versão final foi a degola.
O sincretismo religioso afro-brasileiro associa os gêmeos às entidades conhecidas como Ibeji. Lendas africanas contam que foram criadas por Iansã, e depois abandonados e adotados por Oxum, assim como em várias lendas yorubás, essas entidades tiveram sérios problemas familiares. Na África, os gêmeos Ibeji representam a dualidade e a contradição, opostos que caminham juntos. São confundidos com Erês, que apesar da associação à figura infantil, trata-se de outra entidade.
A festa é comemorada e celebrada muito mais pelas religiões afro-brasileiras. Os terreiros abrirão suas portas ás crianças e haverá distribuição de doces. É uma das festas mais populares do folclore brasileiro, que aproxima os terreiros das comunidades onde estão instalados com ações sociais e interação entre todos. Logicamente a alegria das crianças das comunidades mais carentes é a melhor recompensa desta bela festa. Acta e Passio com certeza, estariam orgulhosos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Bem vindo e obrigado por participar!