quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Se Calarem a Voz dos Poetas...







Allan Luis 


O poeta do concreto nos deixa escrito nas cidades por onde passou, a verdade da beleza. O artista em si, não importa, artistas são excêntricos, cheios de manias e desenquadramentos. É ruim para quem não gosta de excessos conviver com artistas. Suas ideologias distorcidas, seus sofrimentos e angústias, tudo parece incomodar. Mas quando vemos a sua Arte, essa sim, desmente todas as suas fraquezas e converte em sentimento tudo aquilo que é humano demais para nós. A beleza controversa da obra de Niemeyer fala mais do que qualquer crítica ou modus vivendi do seu artífice. Em cada curva das suas estruturas de concreto armado, nos lembraremos de seu xadrez com a morte, que sai desta batalha humilhada e refém da genialidade de um ateu, que foi filho de Deus tanto quanto muitos outros. Como ele mesmo disse, a beleza por si só, se justifica.  

A morte não tem poder sobre a beleza, e agora que o poeta se calou, por ele, as pedras falarão.

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