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Allan Luis Pereira
O que mais nos impressiona são os conflitos físicos em uma guerra. Muita gente gritando, correria, crueldade extrema e tudo o que estamos acostumados a saber, desde Platoon.
Mas a parte que inicia uma guerra nunca é física. É sempre uma idéia, uma pisada na bola diplomática, uma discussão em torno de um objetivo, ou a eterna discussão sobre o senso de justiça comum, que nunca é comum. Ou seja, guerras acontecem por pura falha de comunicação.
Estamos "comemorando" hoje o aniversário da Primeira Guerra Mundial, 1914. Sim, de fato, muitos comemoram os avanços feitos na época, com certeza a que foi o grande impulsionador da corrida armamentista, ou de idéias preciosamente ridículas como o nacionalismo europeu, onde já surgiam sinais claros de xenofobia.
Aceitável para a humanidade. Não querendo admitir essas obscuras intenções, os envolvidos Alemanha e o Império Austro-Húngaro deram início aos conflitos invadindo a Sérvia, alegando motivo de conspiração por ocasião do assassinado do príncipe austro-húngaro Francisco Ferdinando.
Inglaterra e França entraram na parada para defender a soberania sérvia, (isso na versão deles) e os Estados Unidos eram os grandes "investidores" do conflito, fornecendo armamento para os aliados. A Rússia entrou na parada também, mas teve que pular fora pois estava ocupada demais com a revolução Bolchevique de 1917. Implantar o comunismo era mais importante que se envolver com uma guerra caríssima naquele momento, Marx agradece.
Enquanto isso, aqui na confortável América Latina, o Brasil tomava suas decisões. Rui Barbosa levantava a bandeira dos aliados, dizendo que deveríamos entrar de cabeça na guerra, isso valorizaria sem dúvida nosso efetivo. Já Monteiro Lobato e outros intelectuais dizem que a participação do Brasil na guerra desviaria a atenção dos nossos problemas internos. E assim, mesmo tendo navios e submarinos afundados por alemães, o Brasil teve uma participação mínima na guerra, mandando alguns infantes e médicos. Por aí percebemos que a política externa brasileira, há muito tempo é morna e sem graça, como é até hoje. Nunca está do lado de ninguém, por isso nunca está certo ou errado. Ou quando está do lado de alguém, está do lado de todo mundo. Uma
mornidão corrupta que incomoda e desestimula o patriotismo.
O fato é que a Primeira Guerra humilhou a Alemanha, e teve consequências desastrosas na região, como o massacre até hoje negado da população armênia, uma minoria que foi evidentemente vítima de uma tentativa de limpeza étnica.
O Brasil não teve a honra de aceitar as idéias contra ou a favor da guerra. Mas como todo bom malandro, lucrou e muito. Ficamos bem por aqui, com os maravilhosos discursos de Rui Barbosa e as inesquecíveis histórias de Monteiro Lobato. Quem sabe, numa próxima ocasião, não mandamos o Saci para nos representar na ONU?
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