Allan Luis Pereira
Ontem, a BBC publicou uma matéria interessante sobre a volta do álbum na preferência de compra musical dos internautas. As vendas dos álbuns digitais superaram pela primeira vez a venda de faixas individuais na Grã-Bretanha, um resultado que animou a indústria fonográfica.
Dispensados os grandes selos da preferência dos artistas e também do público, a indústria fonográfica se obriga a reinventar-se, e na Europa a inovação acontece principalmente em função da qualidade dos novos artistas, fator fundamental de impulsionamento deste mercado, pelo menos por lá.
Nomes como Adele, Coldplay, Lady Gaga e Rihanna são venerados por rádios e televisão o tempo todo, e logicamente figuram entre os álbuns mais baixados. Manter-se por algum tempo nesta lista é um desafio a mais nas suas carreiras, afinal, é necessário lembrar que o lucro na venda do formato digital é mínimo.
A notícia também está dentro de uma tendência vintage, que exibe números audaciosos da venda dos álbuns de vinil, e dos cd's físicos, demonstrando que há um carisma importante na venda destes produtos, mesmo consciente de que é um mercado que não se sustenta sem o apoio da plataforma digital. E podemos analisar junto com tudo isso também, a lista dos 10 álbuns mais vendidos de todos os tempos, que é a seguinte:
Friamente observando todos os cenários culturais possíveis, entendemos que somente a Whitney com seu Guarda Costas (1992) e os Backstreet Boys com seu Millennium (1999) foram lançados após a década de 80. É um fenômeno que nem mesmo o advento forte da internet consegue explicar, uma vez que somente em 2001 a força dos servidores de download implantaram a cultura do compartilhamento com a barulhenta ascensão e queda do Napster. O barulho de bandas contrárias como Metallica não as fariam, por maior que fosse o esforço, figurar numa lista como a acima, o que é extremamente doloroso, pois temos ali uma boyband daquelas que deixam corado até o mais corrupto produtor do show bizz. Conclusão: se a excelência das produções musicais foi abandonada em favor do mainstream, isso aconteceu já nos anos 90, e não na era da música digital, como pregam alguns anciões. E, claro, jamais haverão obras primas como as nove acima. Digital, vinil, cd, tanto faz, a lista acima nos deixa com uma sensação de derrota imensa. Não tem problema, morreremos primeiro e deixaremos a vergonha para os jovens. Se é que serão capazes de sentí-la.
Pois é. |
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