E as noites nos acolheram na fuga dos braços das famílias, fossem elas da maneira como fossem. Na esquina os sorrisos que trocávamos eram quentes e jovens, e as regras ficavam para trás. Se não fizéssemos isso, seríamos derrotados. Numa revolta intelectual dissimulávamos a dor e a apreensão, enganávamos, mentíamos, e quase sempre conseguíamos. Era hora de correr os riscos, e o mundo nos esperava, com suas luzes noturnas, boêmios, música e liberdade. As máscaras que nos forjavam caíam naquela encruzilhada e se desfaziam nos amores insanos e passageiros. No final de tudo, sobrava o retorno perdido e confuso aos olhos indignados. Alguns de nós não tinham para onde voltar, outros pelo mesmo motivo se perderam. Outros tinham, mas não queriam. A paz e o lar não eram para nós. Os riscos eram muitos e a vida passa rápido, hoje não temos mais a sensação da fuga, e as esquinas não serão mais ocupadas. É possível que muitos dos que se foram ainda mantenham os olhos lá, numa eterna vigília satisfeita, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, nos encontraremos.
Acervo de produções culturais, notícias e imagens do Projeto Cultura em Foco, Cia Père Marié e Allan Jones.
quinta-feira, 31 de março de 2011
Boa de Hoje - Um Banho de Capitalismo no Rock
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imagem do blog: http://mundogabiih.blogspot.com |
A matéria da revista Exame desta quinzena mostra os números do Rock in Rio, o maior festival de música do planeta. No entanto, o banho de capitalismo e estratégias empresariais do evento, cujo sucesso se deve (pasmen) a Frank Sinatra, pois ele endossou a realização do inesquecível festival de 1985, e os imensuráveis elogios estratégicos que são feitos ao evento, apenas servem para jogar uma cortina de fumaça sobre as intenções Pop do evento. Nada contra o Pop, no entanto, utilizar-se de uma marca que se construiu com a fidelidade dos roqueiros para alavancar a imagem de Rihannas e Katy Perris da vida, é apenas mais uma prova de que a cultura rock não é respeitada pela grande imprensa ou pela organização de festivais como esse. O Rock flerta sim, com várias vertentes musicais, mas o banho de dinheiro pode vir a desviar o foco. Mas se o Rock in Rio já aconteceu em Lisboa, o que mais esperar?
jamais me calarei @allanlpereira
Imagem Culturais - Virada do Milênio no Time Square
by Frank Fournier 1999 |
Mesmo com a preocupação com o "Bug do Milênio" nos computadores, ou com o Apocalipse, Frank Fournier este no Time Square para registrar a virada do século. Onze anos depois, ainda estamos com saudades do século vinte, e os carros não estão voando. Temos mais tecnologia e metáforas do que realmente precisamos.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Divulgação: Centro Cultural Musical no Festival de Curitiba
Olha aí o pessoal do Centro Cultural de Pinhais, que vai se apresentar no Festival de Curitiba! Gente jovem e de talento sob a direção de Arnaldo Silveira. Segue o serviço:
Centro Cultural Musical
teatro Brasílio Itiberê
R. Cruz Machado, 138 -O- Centro - Curitiba
única apresentação
06/04/2011 as 18h
Direção de Arnaldo Silveira - Baseada em High School Musical
Editorial - Caras Censurada, o Brasil Mostra Sua Cara.
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A edição desta semana circula com tarjas pretas na matéria sobre Cibele Dorsa. |
Peço perdão aos leitores pelo trocadilho. Como sabem, a revista Caras não contém o editorial que costumamos divulgar aqui, por pura questão de perfil. Porém, é um veículo de comunicação, independente do seu direcionamento, e deve ter seu institucional direito de expressão respeitado. A morte prematura de Cibele Dorsa é um assunto dolorido e chocante, não há muito a acrescentar na nossa vida com os detalhes do seu sofrimento. Porém, é clara a situação onde a própria atriz mostrou-se favorável que viessem a público seus escritos, para o bem ou para o mal, ou não os teria enviado à revista. A proibição da publicação mostra que a liberdade de expressão pode ser vendida ou comprada. Vamos escrevendo e falando o quanto podemos, mas nos bastidores, ao apagar das velas, podemos notar que existem dois lados, o lado livre e o lado que acredita que é livre. É uma questão de escolha?
Crítica - "Rango"

Sabemos que as animações são forte nos cinemas, mas "Rango" de Clint Eastwood e Alejandro Jodorowsky protagonizaram uma excelente homenagem aos westerns.
Na história, um lagarto de estimação meio louco, cujo círculo social se resume a uma boneca Barbie quebrada, um peixe de plástico e um coqueiro falso com quem divide um aquário, acaba jogado no meio do deserto de Mojave. O desnorteado réptil acaba indo parar na cidade de Poeira, onde percebe que pode ser quem ele quiser, já que ninguém o conhece. O lagarto, então, assume a persona de Rango, um valente e habilidoso pistoleiro.
“Rango” um lagarto em busca da própria identidade. Dublado por Johnny Depp na versão original, a energia excêntrica do ator é refletida perfeitamente pelo personagem.
O visual do longa, se apega a um designs diferenciado e estilizado, dotando a película de uma identidade visual única.
Inteligente sem esquecer-se de ser engraçado, “Rango” está no topo do melhor de 2011.
Na história, um lagarto de estimação meio louco, cujo círculo social se resume a uma boneca Barbie quebrada, um peixe de plástico e um coqueiro falso com quem divide um aquário, acaba jogado no meio do deserto de Mojave. O desnorteado réptil acaba indo parar na cidade de Poeira, onde percebe que pode ser quem ele quiser, já que ninguém o conhece. O lagarto, então, assume a persona de Rango, um valente e habilidoso pistoleiro.
“Rango” um lagarto em busca da própria identidade. Dublado por Johnny Depp na versão original, a energia excêntrica do ator é refletida perfeitamente pelo personagem.
O visual do longa, se apega a um designs diferenciado e estilizado, dotando a película de uma identidade visual única.
Inteligente sem esquecer-se de ser engraçado, “Rango” está no topo do melhor de 2011.
terça-feira, 29 de março de 2011
Arte, Motociclismo e Solidariedade
Foram entregues no último final de semana os donativos arrecadados pelo Moto Clube Dragões da Noite para as vítimas das enchentes nas cidades litorâneas do Paraná. Não temos os números do que foi arrecadado, mas pelas fotos dá para ter uma idéia. A ação teve também o apoio do Grupo Lanteri, que arrecadou donativos nos ensaios para a tradicional peça da Paixão de Cristo. Também participaram do movimento os Moto Clubes Piratas do Asfalto, Ponto 40, Kafajestes, Condenados do Asfalto e Protetor da Estrada. Tudo o que foi arrecadado foi entregue na sede da Defesa Civil em Morretes.
Agora é hora de mudar um pouco o foco, segundo Ana Paula Soares, integrante do Moto Clube, a Defesa Civil está solicitando que sejam doados utensílios como talheres, pratos, copos e panelas por que vai começar o processo de mobília de 40 casas, para que as pessoas que estão em abrigos e creches sejam transferidas. O trabalho continua, muito obrigado em nome do Dragões da Noite a todos que colaboraram!
José Alencar Se Despede com Fé e Força
A política não fica mais pobre com a morte de José Alencar. Como político não teve atuação brilhante, apesar de ser um dos articuladores empresariais da vitória de Lula em 2002. Já a cidadania tem um exemplo a menos. Também não podemos esquecer que ele não estava na fila do SUS, estava no melhor dos melhores hospitais do país. Isso não atenua sua guerra contra sua doença, e sua motivadora atitude diante das adversidades. E é justo dizer que sua batalha pessoal ajudou ao Lula e ao seu partido. Enfim, muitos saíram ganhando com a luta deste homem. Nós, ganhamos só de assistir. Que tenha um bom descanso o cidadão José Alencar.
Editorial - Curitiba na balança, quer vir?
foto: divulgação |
Aniversário de cidade é festa política? É certo que sim. E também é importante sabermos que Curitiba não será perdoada hoje, apesar dos imensos elogios que ela está recebendo. O maior ônibus bi-articulado do mundo vem logo depois do aumento da tarifa, quase que como uma justificativa, reforçando a idéia de transporte modelo. Aliás, esse mesmo modelo nos dá uma estatística invejável de dois acidentes por dia envolvendo coletivos públicos. A Curitiba dos mais de 50% não-curitibanos é o novo alvo do êxodo, e isso traz mais riqueza cultural, diversidade de costumes, ao mesmo tempo em que estamos no primeiro dia do já consagrado Festival de Teatro, e que amargamos o fechamento da Pedreira Paulo Leminski para shows. Ela vai se compensando aos poucos, enquanto as grandes casas noturnas são tomadas pela onda sertaneja universitária, proliferam-se, os bares de médio e pequeno portes que defendem o rock'n roll. A descompensação fica por conta dos seus happy hours ,que sempre serão iguais, com seu samba-rock (quem inventou isso?) estilizado à mesma maneira, ou com seus cantores de MPB fazendo os acordes dissonantes da trilha sonora dos intelectuais. Festa popular aqui é efêmera, o Carnaval compensou a escola de samba com o psychobilly do Psycho Carnival e a Zombie Walk, que logo depois foi contrabalanceada por uma marcha evangélica nervosa. Isolado, ao melhor estilo curitibano, estava o Gabaon, o carnaval católico, que aconteceu no Orleans. Parecemos estar numa balança, eterna, singela e fria, que incentiva os cidadãos a aproveitarem seus parques com equipamentos para ginástica, ao mesmo tempo em que crescem os shoppings com suas redes de fastfood internacionais, para não dizermos a tentação de Santa Felicidade e das feiras noturnas. Na cidade, um dia chamada de modorrenta por um jornalista de uma grande revista, existe um Comedy Club de qualidade e é celeiro de gente como Diogo Portugal e Katiuscia Canoro, entre outros. As favelas vizinhas dos condomínios de luxo são tão normais quanto em outros grandes centros, o que não sabemos, porém, é se a publicidade das outras cidades é tão grande. Famosa por sua limpeza, está próxima de ter a segunda paralisação dos garis, por melhores salários, e provavelmente pelos royalties da propaganda. Futebol? Por enquanto o único sinal de lucidez é do Coritiba, enquanto Atlético ainda tenta viver do orgulho do meio-estádio do bairro Água Verde (taí uma antítese, a cor do maior rival), e o Paraná com sua gralha azul continua tendo seu melhor momento no famoso Baile do Havaí. O outro clube tem nome de Corínthians, só o nome.
Com tudo isso para se preocupar, dar bom dia ou não deixou de ser questão de educação, para tornar-se apenas mais um fator nesta balança. Julgue da maneira como achar melhor, e seja bem vindo, ou não.
Taxi Driver, clássico do diretor Martin Scorsese, completa 35 anos

Parece mentira, mas houve um tempo em que os adultos eram o público-alvo primordial de Hollywood. Um ano antes de a história do cinema norte-americano abraçar, para sempre, a causa do entretenimento intergeracional, com o fenômeno planetário de Star Wars – Guerra nas Estrelas (1977), Taxi Driver, obra-prima de Martin Scorsese, integrou aquela que talvez tenha sido uma das últimas grandes safras de filmes para gente grande a sair dos estúdios.
Vencedor da Palma de Ouro, Taxi Driver foi indicado ao Oscar de melhor filme ao lado de pesos-pesados dos anos 70, como Rede de Intrigas (de Sidney Lumet), Esta Terra É Minha Terra (Hal Ashby) e Todos os Homens do Presidente (Alan J. Pakula). Acabou nocauteado por Rocky, um Lutador, escrito por Sylvester Stallone e dirigido pelo hoje esquecido John Avildsen. Era um indício da mudança de ventos.
Passados 35 anos de seu lançamento nos cinemas, Taxi Driver é, entre os títulos citados no parágrafo anterior, o que melhor resistiu ao tempo. Na edição comemorativa que será lançada em 6 de abril no formato Blu-ray, saltam aos olhos as qualidades que fazem do longa-metragem de Scorsese um clássico contemporâneo.
Vencedor da Palma de Ouro, Taxi Driver foi indicado ao Oscar de melhor filme ao lado de pesos-pesados dos anos 70, como Rede de Intrigas (de Sidney Lumet), Esta Terra É Minha Terra (Hal Ashby) e Todos os Homens do Presidente (Alan J. Pakula). Acabou nocauteado por Rocky, um Lutador, escrito por Sylvester Stallone e dirigido pelo hoje esquecido John Avildsen. Era um indício da mudança de ventos.
Passados 35 anos de seu lançamento nos cinemas, Taxi Driver é, entre os títulos citados no parágrafo anterior, o que melhor resistiu ao tempo. Na edição comemorativa que será lançada em 6 de abril no formato Blu-ray, saltam aos olhos as qualidades que fazem do longa-metragem de Scorsese um clássico contemporâneo.
Fonte: Gazeta do Povo
segunda-feira, 28 de março de 2011
Crítica: Sucker Punch - Mundo Surreal
Zach Snyder nos dá agora uma versão estilizada de um cinema moderno e cheio de efeitos. Sucker Punch teve a conversão para 3D cogitada, mas o próprio diretor vetou a idéia. É importante que, neste sentido, todos saibam que a versão 2D não deixa nada a desejar, mas também é bom considerar que a dinâmica do filme em 3D ficaria de dar ataque cardíaco. Algumas sequências de ação foram exageradas, para demonstrar a imensa dificuldade de Baby Doll (Emily Browning), e acabam por fazer mais barulho que o necessário para um filme de ação.
Mesmo assim, destaca-se a dinâmica de vídeo-clip que dá o contorno da história, e logicamente sua trilha sonora., com prazerosos momentos com a doce voz de Bjork, ou até mesmo da própria Emily Browning, com sua versão para a oitentista Sweet Dreams (Are Made of This) do Eurithmics, ponto para Snyder. Dramaticamente falando, impressiona o vilão Blue (Oscar Isaac), e Madame Gorski (Carla Gugino). No mais, uma loira Emily Browning que é comparável à Paris Hilton, e assusta a semelhança em determinados quadrantes, Vanessa Hudgens também está no mesmo nível, com a diferença de que não é a protagonista da história (nem temos uma patricinha famosa para comparar com ela). É sempre difícil compensar os desmandos dramáticos, mas Snyder tem esse dom, afinal ele fez o filme 300 acontecer, e um espartano é sempre um espartano. Para concluir, o direcionamento do filme é um pouco confuso, num momento ele lembra uma aventura para nerds fãs de games, no outro, toma proporções de drama psicológico e violência que estes mesmos nerds não engoliriam tão facilmente, e para completar, o apelo sexy da história torna a mensagem opaca. Divertido e vale o ingresso para quem gosta de bons efeitos, no mais é dispensável.
sábado, 26 de março de 2011
Veja Especial Curitiba 318 Anos
Chega às bancas no próximo domingo a revista Veja Especial Curitiba 318 Anos. A edição traz 125 razões para amar a cidade e será dada de presente a quem comprar a edição normal de Veja. Durante a semana vou postando aqui umas curiosidades bacanas que estão na revista, mas para matar de uma vez a vontade, corre na banca no Domingo!
sexta-feira, 25 de março de 2011
Banda Carenagem no aniversário de 318 anos de Curitiba
Tipicamente curitibana, a banda Carenagem fará parte da festa do aniversário de Curitiba, no próximo dia 27. O repertório rock'n roll e com novas canções deverá dar o tom do show que acontecerá no Parque Barigui, a partir das 14h40m. Segundo Hassan o grupo está contente por poder participar da festa e promete levar música de qualidade, afinal Curitiba merece. Então fica assim, Banda Carenagem no Domingo no Parque Barigui, um presente para os roqueiros de CWB!
Estréia no Cinema - VIP’s

Ele foi empresário, aviador, líder de facção criminosa, rico e famoso. Enganou autoridades, celebridades, jornalistas e até os guardas da prisão de Bangu, usando 15 identidades diferentes. Marcelo não consegue conviver com sua própria identidade, o que faz com que assuma a dos outros. Isto faz com que passe a ter diversos nomes, nos mais variados meios, onde aplica seguidos golpes. Baseado em uma história real.
Boa de Hoje - Jantar da Memória para a Lei Rouanet
Acabo de ver no Radar da revista Veja, que a presidenta vai jantar hoje com mulheres da área do Cinema. Entre elas a atriz Norma Bengell. Não imagino o assunto da conversa, mas espero que a atriz leve seu talão de cheques para pagar uma continha que está atrasada, do tempo do filme O Guarani, aquele um que nem eu, nem ninguém que eu conheça, assistiu inteiro. Se você viu o filme, dê sua opinião aqui, ou no nosso twitter @culturainfoco.
Dica do Leitor: Eu Você e Maria por @chkis
E hoje inauguramos mais uma seção no blog Cultura em Foco: a Dica do Leitor. Pode mandar sua sugestão via Twitter ou através dos contatos da redação para fazermos juntos mais posts culturais. Melhor ainda se se tratar de artistas que não tenham muito espaço de divulgação na grande mídia. Pode ser vídeos, textos, fotos, etc. A Chris Schram nos mandou hoje cedo a dica do grupo Eu, Você e Maria. A suavidade vocal e a criatividade dão o tom da música. Abaixo do vídeo os links para mais informações sobre a banda. Com vocês, Eu, Você e Maria, todos juntos.
Clique aqui para conhecer o My Space da banda Eu, Você e Maria.
Estréia no Cinema - Sucker Punch – Mundo Surreal

Babydoll é uma jovem que é trancafiada em um hospício por seu padrasto, onde será submetida a uma lobotomia em dentro de cinco dias. Enfrentando o inimaginável, ela foge para um mundo fantástico em sua imaginação, onde ela e outras quatro
internas de sua ala no hospício começam uma batalha para fugir. A linha entre realidade e fantasia começam a se misturar á medida que Baby Doll e suas companheiras de batalha enfrentam várias criaturas e inimigos para recuperar os cinco itens que precisam para se libertar de seus algozes, antes que seja tarde demais.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Estréia no Cinema - Sem Limites

Eddie Morra é um escritor fracassado que descobre uma substância que lhe permite utilizar todo o potencial de seu cérebro, dando-lhe habilidades sobre-humanas. Á medida que ele a usa para melhorar de vida, ele descobre as origens dessa droga misteriosa e vê que todo o cenário era muito maior e pior do que ele imaginava.
Houdini Só Não Escapou do Google
Hoje o Google está homenageando Harry Houdini, o profissional de mágica mais reverenciado e tido como o criador do ilusionismo como o conhecemos. Fisicamente muito forte, aliava força e habilidade para criar seus números de escapismo, deixando a platéia em agonia até o último segundo. Morreu, no entanto de maneira
controversa. Costumava permitir que jovens o socassem no seu abdômen, numa destas demonstrações, um boxeador não o permitiu preparar-se e o golpeou de surpresa. Houdini faleceu uma semana depois. Um bom filme sobre o mágico, e que se aproxima bastante de sua história é Atos Que Desafiam a Morte, com Guy Pearce e Catherine Zetha-Jones, vale a pena.Crítica - Invasão do Mundo - A Batalha de Los Angeles
O filme Invasão do Mundo, A Batalha de Los Angeles não contrabalança o efeito Indepence Day no cinema mundial. Há muito estamos esperando histórias de guerra que sejam um pouco menos motivadoras ao ego norte-americano, mas também não podemos esperar que sejam parciais, afinal, foram eles que fizeram o filme. Mesmo assim, minha espectativa era muito maior pois o marketing do filme (pasmen) foi muito bem feito.
Neste tipo de produção é pouca a valorização cênica e atuação, não dá para mensurar muito isso, se colocássemos soldados para atuar no filme é certo que o resultado seria o mesmo. No início, a dinâmica é boa, parece que vamos ter uma correria ao estilo do Tropa de Elite, com a câmera movimentando-se em estilo de documentário, logo volta ao normal, e realmente não percebemos nada de inovação, mesmo sabendo que a Sony utilizou uma nova tecnologia de projeção, o sistema 4K. O intrigante roteiro é, como sabemos que tudo acontece nos EUA, é baseado em uma lenda urbana de 1942, onde a cidade de Los Angeles supostamente foi atacada por um OVNI gigante durante uma madrugada, inclusive com baixas e tudo mais, aqui um relato dessa história, na qual o filme se baseou.
A sequência agonizante de guerra é a mesma, a diferença mais perceptível é que desta vez estamos diante de seres alienígenas um pouco mais vulneráveis, mesmo assim, são duros na queda. Pergunto por que ninguém ainda fez um filme onde eles não sejam tão evoluídos quanto nós? Essa é uma possibilidade real, uma vez que podemos, a exemplo de Avatar, ser os malvadinhos da vez, papel que, tenho certeza, fica muito melhor na humanidade.
Por isso, e só por isso, Invasão do Mundo fica devendo.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Lyz Taylor e a Maldição da Múmia
Nesta manhã, o casting Divino ficou mais rico, e nós vamos ficando com o que sobra. Amiga de Michael Jackson, essa atriz que já representou ela mesma, e também Cleópatra, finalmente descansou de seus dolorosos problemas de saúde. O show bizz não deu nada a ela, teve que buscar cada oportunidade. Emprestou sua beleza ao sonho americano, casou oito vezes, como todo bom artista carente, e manteve ações filantrópicas. Infinitamente mais bela do que Cleópatra, não seria exagero dizer que foi levada hoje pela maldição de uma múmia, corroída de inveja dos seus atributos. Talvez Cleópatra tenha matado o único traço de beleza escrito na sua história. Todos choram, inclusive as serpentes.
Boa de Hoje - Biografia de José Sarney
Foi lançada ontem, em Brasília, a Biografia de José Sarney, um dos políticos mais controversos e polêmicos do país. O livro de bigodes levou 5 anos para ser escrito pela jornalista Regina Echeverria. Tal literatura deverá nos impressionar, seja chapa branca ou seja imparcial, pela capacidade deste coronel se perpetuar no poder. Porém, posso me adiantar e afirmar com todas as letras que o livro é dispensável, eu não compraria, pois o que já sei sobre Sarney, me basta.
terça-feira, 22 de março de 2011
Imagem Culturais - Exposição de Franz Ackermann
Editorial - Os Limites Que Estão Logo Ali
Enquanto faço esse post, qualquer pessoa pode estar matando, morrendo, nascendo, tocando, cantando, dançando, interpretando, enfim, o tempo cruel nos permite analizar as comparações que a arte nos revela. No último final de semana, com muitos percalços a Cia Père Marie apresentou a nova versão do espetáculo A Aparição, uma releitura da antiga peça Aparição de Nossa Senhora de Sion. O teatro popular, por mais que seja democrático precisa de um direcionamento, e certas vezes somos obrigados a endurecer a linha de atuação, pois as pessoas persistem em ficar dentro de limites curtos, transponíveis facilmente. Ao final, com incentivo e fé, (sim a fé está lá, nos bastidores) é possível que alguns artistas se revelem e se superem, outros ficarão pelo caminho medíocre que os limites lhes demarcam.
A Cultura não é para quem quer ter limites, amarras ou direções certas. As estradas podem ser muitas, ou podemos ficar o tempo todo em um lugar só. Nada está absoluto ou cognitivo na Cultura, e uma vida como essa não é atrativa à muitas pessoas, salvo em casos de oportunidade clara de ganhos financeiros.
Na política cultural, a velocidade não é um forte. E os recentes desagravos do nosso ministério refletem que a pasta continua sem pressa, sem nenhuma perspectiva, assim como as pessoas medíocres que gostam mesmo é dos holofotes culturais.
Independente do número das estradas que o Cultura em Foco atravessar, com seus textos, teatro, vídeos, música e tudo o mais, é certo que encontraremos pessoas assim no caminho. A má notícia é que vamos nos irritar muito com elas. A boa é que elas ficarão pra trás.
Ao entrar para a produção cultural, a escolha é simples. Decida de que lado está, e saberemos se seu corpo estará pelo caminho. Boa sorte.
Onde houver arte, existirá uma chance.
Games: Primeiro Jogo Cristão é lançado pela Canção Nova
O Game Erbot é o resultado de uma ação inovadora e ousada da comunidade católica Canção Nova. Enquanto muitos cristãos fundamentalistas pregam a aversão e tentam repelir a prática dos games da vida dos jovens, a Canção Nova se utiliza da ferramenta para evangelizar, educar e ainda mirando em educação sustentável. Em entrevista à revista especializada EGW, o desenvolvedor Jorge Aparecido Silva afirma que "não podemos fechar os olhos e considerar isso uma criação do inferno", referindo-se claramente à atuação antagônica de outros movimentos cristãos.
As igrejas costumam apontar games e televisão como influência violenta para a juventude, Jorge no entanto esclarece que vivemos em contexto, e que por isso a combinação de fatores pode ser prejudicial ou benéfica aos jovens. Games e Televisão serão prejudiciais se combinados com ausência de diálogo dos pais. Com um carisma explícito nos meios de Comunicação, a maior comunidade católica do Brasil mostra também sua força e criatividade na tecnologia e mostra que sempre há um jeito melhor de fazer as coisas acontecerem. Só não faz quem não quer.
O jogo pode ser baixado gratuitamente aqui.
segunda-feira, 21 de março de 2011
Clipe da Vez - Iron Maiden - Fron Here to Eternity
Tá bom eu admito, às vezes minha intenção é assustar vocês. O inferno não é um mal lugar, o inferno é daqui para a eternidade. A Donzela de Ferro nos dá um presente de motociclistas no álbum Fear of the Dark, e não importa o qual bela a loira seja ou quanto essas máquinas andem. A besta estará sempre presente. Fuja se puder, ou se quiser. Especial para os amigos do Moto Clube Dragões da Noite, e da Morcegão FM, uma rádio rock de verdade na WEB!
Boa Sorte:
Imagem Culturais - Carro de Schumacher em Exposição

O artista plástico holandês Paul Veroude desmontou o carro utilizado por Michael Schumacher e transformou o veículo e suas peças em uma instalação exposta em uma galeria para a exposição mundial da Mercedes-Benz em Brooklands, no Reino Unido.
Ao todo, são mais de 3200 componentes do carro desmontado.
Fonte: G1
Ao todo, são mais de 3200 componentes do carro desmontado.
Fonte: G1
sábado, 19 de março de 2011
Cia Père Marie realiza hoje seu espetáculo anual A Aparição
A Cia de Artes Père Marie apresenta hoje, às 20h seu espetáculo anual e peça que deu origem à própria companhia de artes A Aparição. A história de Afonso Ratisbonne, fundador da congregação das Irmãs de Sion, foi encenada pela primeira vez em 2003, na capela de Nossa Senhora de Sion, no bairro Cajuru em Curitiba. Este ano a peça será realizada no formato de teatro popular e de movimentação, dentro da própria capela de Sion. No registro abaixo, os ensaios e preparativos finais. A peça é baseada em fatos reais e conta a história do fundador da congregação, ex-judeu que se tornou católico ao presenciar uma aparição de Maria, a mãe de Jesus, numa igreja em Roma. A entrada é franca e a capela Nossa Senhora de Sion fica na Rua Reverendo Mariano Rodrigues de Castro, s/n no conjunto Mercúrio, bairro Cajuru. Para saber mais clique aí ao lado no link da Cia de Artes Père Marie.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Contos das Encruzilhadas - Soluços.
E tudo aconteceu de repente. Num momento sorríamos e cantávamos os encontros da velha encruzilhada, no outro juntávamos os cacos das nossas almas perdidas naquele nevoeiro de pó. Eles chegaram com a neblina, seus olhos vermelhos destilavam ódio, suas mãos cortavam o ar drogado e pesado das lutas. O brilho das lâminas cegou a todos, e só paramos quando impedidos pela força da consciência da morte. A velha ceifadeira sentou-se conosco e contou os corpos naquela noite, os muros manchados de sangue descreviam a história de amores que jamais se encontrariam a partir dali. A encruzilhada ficava fria de repente, a dor apenas era um detalhe entre tantas explicações. As canções deram lugar aos soluços inconsoláveis. Poucos dos que viveram voltaram. É assim, a velha encruzilhada também bebe o sangue dos fracos. Olhe por onde anda, ela pode beber o seu, um dia, e esteja certo que não haverá uma canção tão bela quanto aqueles soluços.
Divulgação - Inauguração da exposição HIBRIDO

O que dois artistas, um curitibano e um italiano poderiam criar e querer expor?
Paulo Auma, nasceu em Curitiba em 1970. Fez graduação em Artes Plásticas na FAP. Participou de numerosas exposições individuais e coletivas em todo o país.
Göla, nasceu em Cesena, na Itália, em 1982. Fez graduação na Accademia di Belle Arti de Bologna/Itália. Participou de numerosas exposições individuais e coletivas em todo o mundo.
A exposição HIBRIDO foca nas cores gritantes, formas inimagináveis, seres fantásticos. Alegre, impulsiva, burlesca e colorida. Foram estas as intenções com que Paulo e Göla alertam quanto às rápidas transformações da atualidade e aos avanços tecnológicos. É uma exposição que faz uma crítica bem humorada e lúdica, ao mesmo tempo trágica e apocalíptica do processo científico-civilizatório da humanidade.
A abertura da exposição acontecerá neste domingo, com direito a coquetel e performance do italiano com uma estrutura que está sendo montada hoje durante o dia. Segue a foto.

SERVIÇO:
Exposição HIBRIDO
LOCAL: Parque São Lourenço - Centro de Criatividade de Curitiba
HORÁRIO: 14h30
DIA: 20 de abril - DOMINGO
Estes artistas também estarão dispostos a ministrarem oficinas. Aos interessados, devem entrar em contato com o CCC e solicitar uma data para a oficina. Segue o contato: (41) 3313 7191, falar com Rosa.
Site da exposição, clique aqui.
Clipe da Vez - Nenhum de Nós - Último Beijo
Música boa para o seu Happy Hour de hoje. Nenhum de Nós dispensa os rodeios. Curte aí!
Estréia no Cinema - Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles

Durante anos, foram registrados vários casos de aparições OVNIs em diferentes lugares no mundo - Buenos Aires, Seul, França, Alemanha, China. Mas em 2011, o que eram apenas aparições vão agora se tornar uma assustadora realidade onde a Terra é atacada por forças desconhecidas.
Enquanto as pessoas em todos os lugares assistem às grandes cidades do mundo caírem, Los Angeles se torna o último posto para a humanidade numa batalha inesperada. É então que um sargento da Marinha (Aaron Eckhart) e seu novo pelotão desenham um novo destino na areia enquanto combatem um inimigo como nunca haviam visto antes.
Enquanto as pessoas em todos os lugares assistem às grandes cidades do mundo caírem, Los Angeles se torna o último posto para a humanidade numa batalha inesperada. É então que um sargento da Marinha (Aaron Eckhart) e seu novo pelotão desenham um novo destino na areia enquanto combatem um inimigo como nunca haviam visto antes.
Boa de Hoje - Quem Comemora com a Pedreira Fechada?
O Pierpaolo hoje comentou na sua coluna no Estado do Paraná, que estamos há três anos com o nosso melhor espaço para shows fechado, e encerrou com a seguinte questão: Quem está comemorando? Eu ouso responder: os proprietários da péssima Expotrade. E tenho dito.
jamais me calarei @allanlpereira
Estréia no Cinema - Não me Abandone Jamais

Quando crianças, Ruth, Kathy e Tommy, passaram a sua infância em um internato inglês aparentemente idílico. À medida que se tornam jovens adultos, eles vêem que têm de chegar a um acordo quanto a força do amor que sentem um pelo outro, enquanto se preparam para a realidade assustadora que os espera.
quinta-feira, 17 de março de 2011
Boa de Hoje - Quadrinho de US$ 1,1 milhão

Uma edição original da revista "Amazing Fantasy", que traz a primeira história do Homem-Aranha, foi vendida por US$ 1,1 milhão em leilão pela internet. A indentidade do comprador não foi revelada pelo site ComicConnect, que organizou a venda.
A edição número 15 da publicação com o personagem criado por Stan Lee e desenhado por Steve Ditko foi lançada em março de 1962.
Na época a revista custava US$ 0,12. O primeiro título oficial só com o Homem-Aranha chegou às bancas no ano seguinte.
O recorde que um personagem de história em quadrinhos alcançou em um leilão pertence ao Superman. Uma edição da revista "Action Comics", de 1938, que trazia a estreia do herói, foi vendida por US$ 1,5 milhão em 2010.
Fonte: G1
A edição número 15 da publicação com o personagem criado por Stan Lee e desenhado por Steve Ditko foi lançada em março de 1962.
Na época a revista custava US$ 0,12. O primeiro título oficial só com o Homem-Aranha chegou às bancas no ano seguinte.
O recorde que um personagem de história em quadrinhos alcançou em um leilão pertence ao Superman. Uma edição da revista "Action Comics", de 1938, que trazia a estreia do herói, foi vendida por US$ 1,5 milhão em 2010.
Fonte: G1
St. Patricks Day - Entre trevos, cerveja e whisky
17 de março é Dia de São Patrício, padroeiro da Irlanda e maior evangelizador católico daquele país. O referido santo foi um missionário que chegou a ser escravo, raptado por piratas irlandeses. Após juntar-se à igreja, retornou à Irlanda como bispo, e segundo contam, ele se utilizava de um trevo de três folhas para explicar a Santíssima Trindade aos celtas. Hoje, em sua homenagem o trevo faz parte da decoração, mas como em PUB Irlandes não se toma vinho, a festa é regada à cerveja e whisky. Em Curitiba, PUBs Irlandeses também comemoram o St. Patricks Day em grande estilo. O santo, no final de tudo, é só um detalhe.
Boas Novas para a Cultura no Paraná
Segundo matéria do site O Estado do Paraná, teremos novamente por aqui o Conta Cultura, projeto estadual que fomenta a produção cultural através do apoio de empresas estatais. O Secretário de Cultura Paulino Viapiana se reuniu com algumas lideranças estatais e Copel, Sanepar e Compagás já concordaram em participar do projeto.
O Conta Cultura já aconteceu no estado nos anos de 2001 a 2003, e seu retorno faz parte de uma reivindicação antiga de artistas e produtores culturais. Além disso, já está em processo a nova Lei Estadual de Incentivo à Cultura, uma proposta que será debatida com a comunidade de interesse, mantendo a característica de governo de Beto Richa.
São boas notícias, vamos aguardar ansiosos para que estas propostas também não sejam beneficentes somente aos medalhões da área artística, ou aos amigos dos amigos.
Fiquem com a gente, abraços
Poema da Madrugada - Urbano e Só.
Enfim se desfazem os nós do dia
Virou-se o calendário e o manto escuro abate os números
Não importa se com ou sem lua ou estrelas
Se com ou sem piedade
Aqui os ruídos amplificam-se para agredir o covarde
E ampliar o medo
Passos lentos e despretensiosos atrás de você
Névoa fina e sombria
A vida lhe pertence até a próxima quadra
A porta se abre e a sua mobília cresce em sombras desajeitadas
Não se encontra, vontade de voltar
Cansa dos teus trabalhos mesmos e sórdidos
Tua pele está esfriando com o suor da caminhada
Enfim, você está só
Pode dizer qualquer coisa, não haverá resposta
Se houvesse, você não ia querer ouví-la.
Durma, daqui a pouco a luz do sol entrará no teu quarto
para cobrar a dívida pela noite de descanso.
Boa sorte.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Divulgação: Feliz Ano Novo!
Boa tarde!
Todo mundo sempre fala que o ano começa depois do carnaval. Então porque não ceder realmente a esta verdade imposta por todos nós?
Acontecerá no dia 18, sexta-feira, às 20h, na Praça da Espanha, um Happy New Year verdadeiro. Com direito a roupas brancas, champagne, espumantes, fogos, uvas e afins.
Será uma celebração independente, alternativa e sem fins lucrativos. Se você também é do povo que concorda com a ideia de que o ano começa depois do carnaval, vamos lá comemorar esta verdade.
Feliz Ano Novo!
Participe do evento no facebook, clique aqui.
Aqui o Tumblr do evento.
Divulgação: Espetáculo Base Triangular
clique para ampliar |
"A condição primordial para existência de um triângulo, é de que a medida de qualquer um dos lados seja menor do que a soma da medida dos outros e maior que o valor da diferença entre essas medidas.
Um triângulo pode ser escaleno, isóceles, equilátero. Um triangulo tem muitos, inúmeros significados simbólicos.
Um triangulo pode ser a representação de Deus, a santissima trindade. Corpo, Alma e espiríto
O olho da providência, dois pontos que se unem no alto por um terceiro elemento.
Um triangulo pode representar as tres etapas da vida do homem. O nascimento, o apogeu e a morte.
Um triangulo também a letra grega delta, que representa a transição.
O masculino, o feminino e a sua união.
Logo o pai, a mãe e sua nova criatura. O bem, o mal e seu equilíbrio. O equilibrio... o equilibrio... a transição.... O equilíbrio."
Este é um trecho do texto que nossos parceiros da Assep (c) ia de Teatro apresentarão no prestigiado Festival de Curitiba com o espetáculo Base Triangular. Com texto e direção de Aly Freyer , a trama brinca com o medo, alienação e tradição da vida de cada um dos três personagens Martin, Eva e Gael, numa comédia dramática que mexe com comportamentos impostos pela educação e pela sociedade. Segundo Thiago Dominoni, além da casa de base triangular o espetáculo inteiro usa essa triangulação quase como um ritual. O espetáculo conta também com Marcia Talaska na concepção e operação de luz e com Lucas Mattana na concepção e operação de som.
Não dá pra perder, confira o serviço!
Base Triangular
Local: TEUNI - Teatro Experimental da UFPR
Datas e Horários
30/03 e 02/04 às 21h30m
31/03 e 01/04 às 18h30m
Ingressos: R$ 8,00
O Mundo Precisa de Hipocrisia - Por Maria Bethânia
Ela canta demais, uma das vozes de maior presença da MPB, respeitada e aclamada. Maria Bethânia é a competência vocal que encanta a qualquer instrumentista, alguns minutos e ela resolve as tonalidades mais complexas, com um timbre inconfundível.
Mas poderia ser muito melhor. A artista resolveu participar da festa esquerdopata, com aquele clima de Tropicália, e conseguiu junto ao Ministério da Cultura, autorização para captação de 1,3 milhão de reais para...fazer um blog! Sim, e já tem até nome: O Mundo Precisa de Poesia.
Que o Ministério da Cultura não é confiável, já sabíamos, o que mais impressiona é a capacidade de artistas associarem-se às suas idéias de facilitação e aproveitamento de vantagens. Medalhões como Maria Bethânia conseguem verba a todo e qualquer tempo, enquanto bons projetos ficam nas gavetas. Parabéns à musa Maria Bethânia, ao Ministério da Cultura e a todos que apóiam essa política populista onde a filosofia predominante é "o que é meu tem que ser aumentado, e o que é dos outros tem que ser dividido".
Abraços especiais para Dilma, Ana de Hollanda, Chico e Caetano. Um mais forte pra Dona Canô.
Clipe da Vez - Tinie Tempah feat Eric Turner
Tinie Tempah é rapper desde 1988, porém é estreante em álbuns de estúdio. Britânico, possui letras sociais interessantes, bem aos moldes da música de classes européia e americana. A música Written in the Stars é do seu parceiro neste vídeo, Eric Turner, motivadora e melódica, com o toque dançante do rap. Com vocês, Tinie Tempah e Eric Turner.
terça-feira, 15 de março de 2011
Imagem Culturais - Mary Decker - Los Angeles 1984
segunda-feira, 14 de março de 2011
A Jornada e o Amor - Luiz Fernando Veríssimo

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança.
Às vezes nos falta esperança.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar. É nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por de sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida.
Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram...
Descobre também que outras disseram te amo uma única vez e agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes: a) a relação com a família; b) as condições econômicas nas quais se desenvolveu (dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter); c) os relacionamentos anteriores e as razões de rompimento; d) seus sonhos, ideais e objetivos.
Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço fale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar.
Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas.
Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem.
Autor: Luiz Fernando Veríssimo
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa.
Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um por de sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto, é a força da natureza nos chamando para a vida.
Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram...
Descobre também que outras disseram te amo uma única vez e agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes: a) a relação com a família; b) as condições econômicas nas quais se desenvolveu (dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter); c) os relacionamentos anteriores e as razões de rompimento; d) seus sonhos, ideais e objetivos.
Não deixe de acreditar no amor, mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá, manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam, e certifique-se de que quando estão juntos aquele abraço fale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar.
Aproveite sua família que é uma grande felicidade, quando menos esperamos iniciam-se períodos difíceis em nossas vidas.
Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco, pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado.
Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário, existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
Não procure querer conhecer seu futuro antes da hora, nem exagere em seu sofrimento, esperar é dar uma chance à vida para que ela coloque a pessoa certa em seu caminho.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem.
Autor: Luiz Fernando Veríssimo
Castro Alves - Tragédia no Mar
O poeta dos escravos foi, além de defensor indignado da liberdade, um artista pautado pelo sofrimento comum à poesia. Hoje é aniversário do criativo poeta que inspira até hoje músicas e contos. Castro Alves teve uma vida movimentada, como se espera de um artista, seu fim no entanto foi trágico, ferido no pé durante uma caçada, acabou por ser amputado sem anestesia. Tuberculoso, faleceu em 1871. Abaixo, Tragédia no Mar com Castro Alves.
Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar - doirada borboleta -
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias
Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dois é o céu? Qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar... Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem'?... Onde vai?... Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!...
Embaixo - o mar... em cima - o firmamento...
E no mar e no céu - a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! Como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! Ó rudes marinheiros
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! Esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia...
Orquestra - é o mar que ruge pela proa,
E o vento que nas cordas assobia
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar - doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu, que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviatã do espaço!
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
Que importa do nauta o berço?
Donde é filho, qual seu lar? ...
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a noite é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como um golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
Às vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langu
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor.
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente
- Terra de amor e traição -
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos do Tasso
Junto às lavas do Vulcão!
O Inglês - marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou -
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando orgulhoso histórias
De Nelson e de Aboukir.
O Francês - predestinado -
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir...
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga iônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu...
... Nautas de todas as plagas!
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu...
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... não pode o olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador.
Mas que vejo eu ali ... que quadro de amarguras!
Que cena funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil! ... Meu Deus! meu Deus! Que horror!
Era um sonho dantesco ... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros ... estalar do açoite ...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar ...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças ... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente ...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja ... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos ... o chicote estala.
E voam mais e mais ...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece ...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente ...
E da roda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás! ...
5a.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noite! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Quem são estes desgraçados,
Que não encontram em vós,
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? ... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus ...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão ...
Homens simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão ...
São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe ... bem longe vêm ...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
Nalma - lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael ...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram - crianças lindas,
Viveram - moças gentis ...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus! ó choça do monte! ...
... Adeus! Palmeiras da fonte! ...
... Adeus! Amores ... adeus! ...
Depois o areal extenso ...
Depois o oceano de pó ...
Depois no horizonte imenso
Desertos ... desertos só ...
E a fome, o cansaço, a sede ...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer ...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer ...
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão ...
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar.
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder ...
Hoje ... cum'lo de maldade
Nem são livres p'ra ... morrer
Prende-os a mesma corrente
_ Férrea, lúgubre serpente _
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite ... Irrisão! ...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro ... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus ...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
... Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
6.a
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia! ...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria! ...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?! ...
Silêncio! ... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança ...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha! ...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo! ...
... Mas é infâmia de mais ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo ...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
Brinca o luar - doirada borboleta -
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias
Constelações do líquido tesouro...
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dois é o céu? Qual o oceano?...
'Stamos em pleno mar... Abrindo as velas Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem'?... Onde vai?... Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!...
Embaixo - o mar... em cima - o firmamento...
E no mar e no céu - a imensidade!
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! Como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!
Homens do mar! Ó rudes marinheiros
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!
Esperai! Esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia...
Orquestra - é o mar que ruge pela proa,
E o vento que nas cordas assobia
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar - doudo cometa!
Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu, que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviatã do espaço!
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.
Que importa do nauta o berço?
Donde é filho, qual seu lar? ...
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a noite é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como um golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
Às vagas que deixa após.
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langu
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor.
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente
- Terra de amor e traição -
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos do Tasso
Junto às lavas do Vulcão!
O Inglês - marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou -
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando orgulhoso histórias
De Nelson e de Aboukir.
O Francês - predestinado -
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir...
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga iônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu...
... Nautas de todas as plagas!
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu...
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... não pode o olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador.
Mas que vejo eu ali ... que quadro de amarguras!
Que cena funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil! ... Meu Deus! meu Deus! Que horror!
Era um sonho dantesco ... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros ... estalar do açoite ...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar ...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças ... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente ...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja ... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos ... o chicote estala.
E voam mais e mais ...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece ...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente ...
E da roda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás! ...
5a.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noite! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Quem são estes desgraçados,
Que não encontram em vós,
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? ... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus ...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão ...
Homens simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão ...
São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe ... bem longe vêm ...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
Nalma - lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael ...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram - crianças lindas,
Viveram - moças gentis ...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus! ó choça do monte! ...
... Adeus! Palmeiras da fonte! ...
... Adeus! Amores ... adeus! ...
Depois o areal extenso ...
Depois o oceano de pó ...
Depois no horizonte imenso
Desertos ... desertos só ...
E a fome, o cansaço, a sede ...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer ...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer ...
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d’amplidão ...
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar.
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder ...
Hoje ... cum'lo de maldade
Nem são livres p'ra ... morrer
Prende-os a mesma corrente
_ Férrea, lúgubre serpente _
Nas roscas da escravidão.
E assim roubados à morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoite ... Irrisão! ...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro ... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus ...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
... Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
6.a
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia! ...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria! ...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?! ...
Silêncio! ... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto ...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança ...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha! ...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo! ...
... Mas é infâmia de mais ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo ...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!