Crítica - Entre quatro paredes - Jean-Paul Sartre

Semana passada revirei as estantes de literatura da Biblioteca Pública, procurando uma peça de teatro interessante para ler, encontrei a estante do Sartre. E aí fiz a festa!

Pai do existencialismo e autor de pensamentos libertadores, Jean-Paul Sartre escreveu peças teatrais, romances e obras filosóficas. Era marido da também filósofa Simone De Beauvoir.

O livro que escolhi, Entre quatro paredes, foi escrito em 1944. É um texto teatral, que contém uma das mais conhecidas frases sartrianas "o inferno são os outros".

Peça em um ato, tem como cenário o inferno. Um jornalista culto, uma lésbica e uma perua são condenados a passar a eternidade juntos no inferno. E aqui a primeira surpresa, o inferno não é nada convencional. Os demônios que vem ao decorrer da história atormentar os três, não tem chifres, e nem tridentes.

Sartre quer fazer perceber o fato de sermos carrascos uns dos outros, espelhos que refletem o que as pessoas querem e não querem mostrar.

O que seria de você, se tudo o que você é estivesse na sua frente pela eternidade? Se suas piores falhas fossem expostas? Até que ponto seria possível suportar olhar para seus crimes? Você conseguiria simplesmente ignorar?

A leitura é interessante, e acima de tudo intrigante, vale a pena ser lido e relido.

Deixo uma fala, das que mais me impactou, e desejo a quem se interessou, uma boa leitura.

"E se eu fechasse os meus olhos, se eu não te olhasse mais. O que seria da sua beleza?"

Inês - Entre quatro paredes

Contos das Encruzilhadas - O nevoeiro

Com as mãos suadas e nervosas, olhando o céu, esperamos que as névoas se dissipassem. Não queríamos muito, apenas a paz de nos livrar do medo do que não conhecíamos. Eram madrugadas frias e cheias de

histórias, mas as nossas, em especial se cruzavam com mórbidas formas de vida que nos atormentavam. Eram segredos sujos que nos atacavam as lembranças durante o dia, e nos espreitavam durante a noite. Enquanto todos relaxavam  de seus dias pobres e encostavam suas cabeças vazias em seus travesseiros, lá estávamos tentando entender o que move as almas mais estranhas, os espíritos infames que derrubavam homens e mulheres nas noites sem lua, mesmo sabendo que por ali, em algum lugar, estava um Deus que não víamos, amigo, protetor e aniquilador.

Apenas queríamos ver o mistério, estar juntos e diante de algo que ninguém mais vê. Queríamos atravessar o nevoeiro e desvendar os vultos que nos amedrontavam, e o quanto eles falavam nos nossos acordes. 

As névoas se foram, e revelaram apenas motivos pelos quais os acordes não cessam. O amor, a vida e a humanidade que despertou para mais um dia sofrido, cujo objetivo comum era apenas chegar a noite, e  encostar sua cabeça vazia nos travesseiros. Sabíamos que, quando isso acontece, estaríamos ali, de novo, com os olhos cheios de esperança, para o bem, ou para o mal.  Acordados, ao menos, seríamos diferentes. E somos, até hoje.

Clipe da Vez - Gossip

O trio Gossip faz um pós-punk competente e com impacto. A "piada feminista" como eles mesmos se classificam traz na sua sonoridade  o vocal de Beth Ditto. Mas enfim, como punk é uma coisa bem direta, vamos ao que interessa:

Conto da Meia Noite: Pés no Chão (Ana Valvassori)

Com o som ligado na rádio da cidade, tocando a nostalgia daquela vida normal, olhava pela janela. O céu sem estrelas, uma noite escura e estranhamente silenciosa. De pés descalços
sentia o piso gelado, aumentando a melancolia da menina mal acomodada no sofá.

As mãos suaves de unhas curtas, acariciavam os próprios braços fingindo afastar o frio de uma noite quente. Na parede amarelo claro, a forma de um mosquito esmagado era só mais uma marca de algo que já passou.

Nos olhos castanhos ela guardava suas lembranças que tão vivas, tão reais, a faziam suspirar.

Ao som de um doce bolero seu rosto empalidecia, esboçava um sorriso ao sentir a luz do luar. Via as horas passarem e o sono não chegava. Suas noites eram longas, tristes, e solitárias. Pegava o telefone, esperando que alguém ligasse, desejava ardentemente que alguém a chamasse pelo nome. Deixou que a cabeça descansasse apoiada nas costas do sofá, e fechou os olhos pra evitar que as lágrimas rolassem. Mordeu os lábios de leve, pensando em mais uma noite perdida. O chão tão frio fez adormecer os pés descalços. O tímido vento que tocava seu rosto fazia com que ela lembrasse de ruas estreitas, de pessoas queridas e do pé de acerola. Sutilmente, um perfume conhecido tocou sua pele, e ela sentiu como um beijo de despedida. Sabia que não o sentiria outra vez. Abriu os olhos marejados de lágrimas e não conteve um ultimo suspiro. Lentamente, pôs os pés no chão e caminhou até o quarto. Tomada pelo cansaço deitou-se delicadamente, repousou a mão debaixo do travesseiro e deixou-se marcar mais uma vez por uma história inacabada e por um novo lugar. E então, entre quatro paredes desconhecidas, sentindo-se perdida, adormeceu.

Ana Valvassori

"De pernas pro ar" - Crítica ao filme e ao povo brasileiro

O filme é bom, assim como todo filme brasileiro. Aliás, sou suspeita para comentar. Mas é por isso que estou aqui.

O que se houve falar do filme? Opiniões positivas como "os filmes brasileiros estão melhorando", "a produção é muito boa", "o roteiro deste filme é ótimo", e por aí vai. Mas o povo brasileiro não tem costume de
prestigiar o cinema local.

Não temos produções "Hollywoodianas", mas temos excelentes roteiros. É assim que o Brasil faz cinema.

Roteiros bem feitos são mais importantes que uma super produção. Um exemplo de super produção sem roteiro: Percy Jackson e o ladrão de raios.

É fácil falar que filme brasileiro só tem sexo, drogas e mulher pelada. São apenas estes que as pessoas assistem. Infelizmente ou felizmente, "De pernas pro ar", é bem por aí. Alice é workaholic e pensa que seu casamento está em crise porque não existe mais sexo. No fim seu marido mostra que as coisas não são só sexo. Isto contraria o pensamento de muitos brasileiros(as).

Talvez o filme seja uma lição de moral para o povo brasileiro.

Assim, concluímos que o fato do tema central ser sexo é o que faz o filme ser um sucesso de bilheteria.

Insisto para que o continuem valorizando o cinema local, mesmo o filme sendo ou não sobre sexo. Quem sabe assim poderão tem uma opinião realmente crítica sobre o assunto e não uma opinião clichê e "maria vai com as outras".

#ficadica

Clipe da Vez - More Than This - 10.000 Maniacs

O primeiro Clipe da Vez de 2011 traz poesia e qualidade musical extremas.  A banda Americana 10.000 Maniacs com seu hit mais famoso, em uma de suas últimas performances. Após a gravação deste acústico, a
violinista e vocal Natalie Merchan seguiu carreira solo. A banda continua na ativa e com o mesmo estilo poético. More Than This  foi sucesso no mundo todo e colocou a banda nas paradas da época.  Rock Alternativo, simples e bonito, em versão acústica para vocês. 

Sepultura transmitirá a produção do seu novo CD ao vivo

Enquanto uns dizem "Internet é democracia e não pode ser controlada" (Al Gore, no #CPBr4, Campus Party Brasil 4, hoje), outros colocam a frase na prática.

Sepultura vai transmitir ao vivo pela internet a gravação do novo disco, que já tem 12 faixas sendo pré-produzidas, mas ainda não pensou em um nome para o álbum.

Quem quiser acompanhar, acesse o site tv.trama.uol.com.br no dia 20 de janeiro, quinta-feira.

Fica a dica para quem gosta e quem não gosta também. Vale a experiência de ver como é gravado um disco profissional.

Cia Père Marie busca voluntários para próxima encenação

Neste ano que se inicia, a Cia de Artes Père Marié terá muitas atividades ligadas ao teatro popular e à arte independente. A primeira acontecerá já no mês de fevereiro, com a encenação do espetáculo A Aparição.

Se você quer participar como voluntário para ator/atriz, iluminação, sonoplastia, maquiagem, elenco, cenário, figurino e o que mais quiser ajudar entre em contato com a Cia da forma que você achar melhor:

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- TWITTER: @ciaperemarie

- E-MAIL: ciaperemarie@gmail.com

- BLOG: http://ciaperemarie.wordpress.com

As atividades começam nesta sexta-feira, com reunião marcada às 20h, entre em contato que responderemos com as orientações sobre local, endereço, etc. 

Obrigado e contamos com vocês!

Arte nas ruas de Floripa

Estava em Florianópolis, passando metade das minhas férias, quando em uma noite resolvemos sair para tomar sorvete e surpresa! Cultura na rua. Enquanto uma banda tocava um som muito gostoso, com direito a todos os instrumentos e caixas de som para espalhar bem a música, dois atores, completos, maquiagem,
figurino e muito humor para dar, improvisavam uma história e interagiam com o pessoal. Fiz essa filmagem de um pedaço do acontecido. Depois, fui conversar com a menina que era a produtora da equipe e adivinhem! Claro, turistas argentinos. Turistas argentinos sobrevivendo de arte no Brasil. Claro que isso não é pouco por lá, mesmo assim, são raras excessões já que a maioria vira hippie, mas é muito legal de se ver. E mais, a banda é aqui de Curitiba (argentinos que vivem em Curitiba), e estava em Floripa divulgando seu trabalho. Eu com meu portunhol ótimo, conversei com a menina durante algum tempo e podia sentir muita empolgação nela, com tudo aquilo que estava acontecendo. Eu imaginei um Teatro Mágico Argentino. Muito bom. Parabéns pessoal, muito bom o que vocês fazem. Alegraram todos os malucos que estavam na rua neste dia. Valeu.

Ps.: eu sei que faltou alguns dados como nome da banda e etc., mas é que escondi de mim mesma o cartão deles. Quando tiver essas infos, passo aqui para vocês.

Editorial para 2011 - Tirem todos da sala, não só as crianças !

É bom ficar algum tempo sem fazer nada, deixar um pouco a criatividade aflorar sozinha, sem influência. Depois a gente começa a trabalhar mais leve, e mais direcionado. O projeto parou para o final de ano, após um ano com bastante movimento. Começou com as peças da Cia Père Marie em janeiro, maio e com a primeira apresentação de A Farsa do Advogado Pathelin. Além disso, foram três edições do projeto Rock Acústico, que reuniu qualidade musical em banda larga nos nossos parceiros do Moto Clube Dragões da Noite, tudo isso em meio à correria de sempre, com ensaios, oficinas, formações e muito trabalho, e estamos mais conscientes agora de que faltou também, muito trabalho e poderíamos ter feito muito mais. E de repente parou. A arte é assim, precisamos ouví-la de vez em quando,  e eis que no início de janeiro reunimos as forças novamente com Banda Carenagem  e o Centro Cultural de Pinhais para um novo e audacioso projeto! Vocês em breve terão novidades sobre ele, vamos soltando as informações conforme as coisas forem acontecendo.  E assim, posso reforçar sem medo qual o objetivo primário desta nossa nova fase: tirar as pessoas da sala.

Isso mesmo, arte para quem quiser ver, ouvir, sentir, criticar, rir, chorar, pensar, enfim, um turbilhão de emoções que façam as pessoas aflorarem seus espíritos para uma vida mais justa e sem mentiras. Sair da sala é uma atitude de coragem, de renúncia à zona de conforto para buscar o conhecimento de causa, a fantasia, a vida e tudo o que ela pode nos dar, e depois dividir isso tudo com mais alguém. Por que é assim, passa-se de um para outro entre todos aqueles que a apreciam. Só não ganha quem fica na sala. 

A gente se encontra, lá fora.

Allan Luis Pereira

Remake "V"

No mundo conturbado em que vivemos, sem união e irmandade, a esperança chega ao céu e é vista em 29 cidades. Os "visitantes", como são chamados, posicionam suas naves espaciais no alto das capitais mais importantes do planeta. Com uma mensagem de paz e união, eles se apresentam como uma raça pacífica e
disposta a partilhar seus avançados conhecimentos tecnológicos, na esperança de criar um futuro melhor, mais saudável, produtivo e evoluído para a espécie humana.

Entretanto, a desconfiança de algumas pessoas pode mudar seus objetivos. As cidades serão invadidas por teorias da conspiração e a polêmica começará a ficar evidente. Será que a salvação da raça humana finalmente chegou? Ou será que algo de ruim vai acontecer? O futuro da raça humana pode estar em perigo. Você já decidiu de que lado vai estar?

V é o remake da série que fez grande sucesso na década de 80, ficando conhecida no Brasil como V - A Batalha Final.

Fica a Dica; a Série está na sua 2ª Temporada.

Crítica - Tron – O Legado

Fui conferir a menina dos olhos da Disney e o visual do filme é incrível. Apostando no contraste entre preto e branco, o diretor Joseph Kosinski, escolhido a dedo por Lisberger para o projeto, mostra em sua estréia cinematográfica que tem um ótimo senso estético.
Além disso, as cenas de ação do longa são arrebatadoras, extremamente bem filmadas e criativas, deixando o espectador atento ao que vê. Tendo todo um contexto histórico e envolvendo clássicos como Frankenstein e o Catolicismo. Mas o elenco mais jovem não é dos conquistadores isto é visível, diferente dos mais conceituados que tem atuações emotivas e brilhantes.

Tron - O Legado Vale o Ingresso - 3D.

Livro da Vez: A Batalha do Apocalipse - Eduardo Spohr

"Da Queda dos Anjos ao Crepúsculo do Mundo".

Há muito e muitos anos, há tantos anos quanto o número de estrelas no céu, o Paraíso Celeste foi de um terrível levante. Um grupo de Anjos guerreiros, amante da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores.

Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio, e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas, o dia do despertar do Altíssimo. Único sobrevivente do expurgo, o líder dos renegados é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na batalha do Armagedon, o embate final entre o Céu e o Inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro do universo. Das ruínas da Babilônia ao esplendor do Império Romano; das vastas planícies da China aos gelados castelos da Inglaterra medieval. A Batalha do Apocalipse não é apenas uma viagem pela história humana, mas é também uma jornada de conhecimento, um épico empolgante, cheio de lutas heróicas, magia, romance e suspense. Vale a Pena Conferir.

Estréia no Cinema - Incontrolável

Um engenheiro e um motorista precisam impedir que uma locomotiva desgovernada, que foi separada do trem, saia dos trilhos e cause um derramamento tóxico capaz de dizimar uma cidade.

Fonte: Cinema com Rapadura

Estréia no Cinema - Enrolados (Rapunzel)

Flynn Ryder (Zachary Levi) é o bandido mais procurado e sedutor do reino. Um dia, em plena fuga, ele se esconde em uma torre. Lá conhece Rapunzel (Mandy Moore), uma jovem prestes a completar 18 anos que tem um enorme cabelo dourado, de 21 metros de comprimento. Rapunzel deseja deixar seu confinamento na torre para ver as luzes que sempre surgem no dia de seu aniversário. Para tanto, faz um acordo com Flynn.
Ele a ajuda a fugir e ela lhe devolve a valiosa tiara que tinha roubado. Só que a mamãe Gothel (Donna Murphy), que manteve Rapunzel na torre durante toda a sua vida, não quer que ela deixe o local de jeito nenhum.

Fonte: Cinema com Rapadura

Estréia no Cinema - Entrando Numa Fria Maior Ainda Com a Família

Desta vez, Greg (Ben Stiller) e sua esposa (Teri Polo) irão adicionar à família os irmãos Henry e Ashley Focker, gêmeos de cinco anos do casal. O garoto será gentil e bastante sensível, enquanto a garota será travessa e se interessará por atividades mais masculinas, como carros. Jessica Alba será uma sexy e
manipuladora representante da indústria farmaceutica que sofre assédio de todo o elenco masculino. Laura Dern vai viver a diretora da escola primária em que os gêmeos Focker vão estudar.

Fonte: Cinema com Rapadura

Clipe da Vez - Other Side - Red Hot Chilli Peppers

A banda de Antony Kiedis e Cia já passou por altos e baixos, com baixas terríveis antes mesmo do sucesso estrondoso de Give it Way. Mas o mais interessante porém, foi o seu sucesso num momento em que o grunge

dominava com Nirvana, Pearl Jam, Alice in Chains e outros. O diferencial do som do Red Hot foi justamente ter rumado a direção contrária do movimento musical do momento, e acabaram se tornando a segunda banda dos fãs de grunge, mesmo sem tocar nada no estilo. Red Hot brilhou com 12 milhões de cópias vendidas no início dos anos 90 e se consolidou. A canção Other Side já faz parte de uma época mais arrependida dos excessos, e que direciona a banda a um som mais "cabeça". Mesmo com tantas mudanças,  o Red Hot jamais perdeu a qualidade e sintonia com seu público.  Com vocês, Other Side, no primeiro Clipe da Vez de 2011.