ABBA em Curitiba, quem vai?

A banda sueca ABBA estará em Curitiba encerrando sua passagem por terras tupiniquins. Quem vai? Vamos arriscando:

- Ouvinte da Ouro Verde FM, executivos que foram, pelo menos, amigos de hippies nos anos 70, mas que hoje andam de terno e carro zero, e querem um pouco do saudosismo da liberdade da juventude. Como o evento é no teatro Positivo, não dá para levar nenhum tipo de entorpecente, fica para depois do show.

- Clientes VIP, assinantes de um certo jornal, vencedores de promoção, ou ainda aqueles caras que são clientes ou parceiros dos veículos de mídia, que sempre conseguem ingressos na faixa com os caras do setor comercial. Muitos desses não sabem quem é a banda, mas já dançaram loucamente "Dancing Queen" em algum casamento, formatura ou "debut".

- Estudantes, que assistem malhação, mas cujos pais tiveram uma influência musical mais interessante, e por isso querem saber as origens das excentricidades da gerações anteriores. Alguns poderão deixar de ver malhação e ouvir NX Zero. Oremos.

- Fãs da Banda, que ainda estiverem vivos, pelo menos cinco ou seis estarão lá.

- O próprio ABBA, mas apenas dois integrantes da primeira formação.

E para apoiar qualquer uma dessas classes, segue aqui um vídeo e também o serviço do show.

Serviço: Show banda ABBA em Curitiba

Data: 23 de maio de 2010.

horário: 20h

Local: Teatro Positivo

Ingressos:

» Bilheteria Teatro Positivo
Segunda a sexta: 9h às 21h
Sábado: 9h às 18h

Site Disk Ingressos
www.diskingressos.com.br

Call Center Disk Ingressos (41-3315-0808)
Segunda a sábado: 8h às 22h
Domingo: 9h30 às 18h

Quiosques Disk Ingressos (Shoppings Estação, Mueller e Total)
Segunda a sábado: 10h às 22h
Domingo: 14h às 20h


E você? Mais alguma sugestão sobre quem pode ir a esse show? Dá uma dica aí!

Projeto Mais Teatro Brasil - Cultura em Foco aderindo

Projetos Culturais de valor não são muitos. O projeto Mais Teatro Brasil é uma iniciativa não governamental de âmbito nacional, cujo objetivo é levar ao Congresso Nacional um projeto de lei de iniciativa popular que prevê a obrigatoriedade da construção de Centros Integrados de Cultura em municípios com mais de 25 mil habitantes. O mais interessante é que a idéia não dependeria de dinheiro público, afinal, se uma iniciativa desse porte contemplasse investimento governamental, seria uma utopia a fiscalização e realização plena do projeto. A idéia é que estes centros tenham, além do espaço cênico, atividades culturais, salas multimídia, etc. Uma excelente proposta, que este blog já assinou embaixo. Quanto mais assinaturas, melhor. O projeto conta com a adesão de empresas e de pessoas famosas ligadas à arte. Faça sua parte e assine também, a verdadeira revolução começará pela Cultura. O link ficará por tempo indeterminado aí ao lado.

obrigado.

Direto da BBC - Genial, parece brasileiro. (?)

Somos um povo conhecido por sua criatividade. Nossas peças publicitárias estão entre as melhores do mundo. Temos músicos respeitados internacionalmente, atores, atrizes, e até jogadores de futebol. Quem observa o Brasil, percebe que ele está esbanjando criatividade. É assim até nos deparamos com a arte européia, mais especificamente a britânica. Tenho lido quase que diariamente o site da BBC Brasil, e fico espantando com a quantidade de boas idéias que estes britânicos têm, principalmente em relação à materiais utilizados nas suas manifestações artísticas. Não estou desmerecendo nossa excelente produção artística, apenas afirmo, com todas as letras que os britânicos canalizam seu esforço criativo numa direção, digamos, mais aproveitável, em vários sentidos. Afinal, basta observar quanta energia desperdiçamos com certas produções, enquanto poderíamos valorizar mais a História, a Arte, a sustentabilidade e outras coisas mais úteis para a formação cultural do nosso povo. Assista abaixo um bom exemplo, para brasileiro ver.

MTV - Um mal (des)necessário

Uma pauta musical. Esse seria o mínimo a se esperar de uma emissora cujo nome é Music Television. Tudo bem, algumas entrevistas, notícias, comentários até. Mas o que já foi interessante para um público formador de opinião passou a ser interessante apenas para um público filho de consumidores. E o pefil ideológico, formado por artistas ativos da permissividade e excentricidade em excesso moldam o capital editorial da MTV, contando com o apoio imensurável dos reality-shows americanos e europeus, recheados de calamidades morais.
Normal, afinal, qualquer canal de televisão aberta tem esse módus-operandi. Mas a MTV não foi concebida para ser um canal cultural? Qual é o valor de programas como o
Debate MTV, mediado por um Lobão desconfortável e como sempre falando pouco do que realmente importa, com convidados poucos preparados? Qual a utilidade do tal Acesso MTV, com duas vj's cuja dificuldade articulatória supera qualquer teleprompter? Aliás a moça do cabelo verde, ou azul, não lembro bem agora, ganhou status de celebridade, e participou do programa 1 Contra 100, no SBT e faturou 300 mil reais. Marcelo Adnet tem lá seu valor teatral, dá risada, fala besteira e o cachê é bacana. Não vamos desabonar gente como Léo Madeira, Marina Person e Cazé, nem programas como o Rock Gol, todos de uma geração que a MTV, provavelmente, não conseguirá repetir em qualidade. Programa de Moda? True Life? Qualidade de Vida? Concurso de Colírio? MTV era para ser música, informação e cultura, resta-nos saber, com seu grande poder de influência, qual a causa de tamanha degradação. Ou a audiência tornou-se desqualificada, ou foi desqualificada pelo rumo editorial. Se seu filho começar a imitar o Didiabólico, o único antídoto pode ser uma campanha que a própria MTV veiculou algum tempo atrás: " Desligue a televisão e vá ler um bom livro".

A MTV possui imagens extremamente educativas na programação.

Presentinho ideológico de hoje

Estava em dúvida sobre o post de hoje. E eis que no twitter, fui salvo pelo @revistabula, perfil de uma revista cultural de Goiânia, que enviou um link com uma excelente animação sobre a mediocridade cultural brasileira. O vídeo foi produzido pela agência DC Studios e dá um recado que sempre tentamos dar aqui por escrito. Mas como leitura não é o forte do eleitorado, uma animação ajuda na compreensão do problema. Parabéns à agência DC Studios, e o recado está dado, para os bons e maus entendedores.

Clique aqui e assista.

Salve Jorge

É notícia e não se fala em outro assunto: a devoção carioca ao Santo Guerreiro, neste imaculado dia onde, no território de S. Judas Tadeu, caíram Andrade, Braz e a cúpula do Futebol do Flamengo, para alegria de um Corínthians, cujo padroeiro é o próprio São Jorge.
Analogias à parte, estamos falando do menos católico dos santos. São Jorge é hoje mais cultuado sincreticamente do que na Igreja que lhe conferiu a canonização. E isso não é ruim, é melhor do que não ser lembrado. A história do santo também tem suas controvérsias, alguns dizem que foi um mártir, que defendeu o cristianismo diante da cúpula do Império Romano, mesmo sendo ele parte integrante da força militar romana. Outras versões dizem que ele não era militar, mas sim um cristão que foi vítima da perseguição romana do tempo de Diocleciano. Numa versão mais estilizada, conta-se que foi encontrado uma publicação chamada Lenda Áurea, da Idade Média, que conta uma versão mais heróica para o santo, que teria salvo uma donzela das garras de um dragão.
Jamais duvidei da existência do santo, mas tenho as minhas reservas quanto aos dragões. A versão do dragão mais aceita é que a imagem que conhecemos, do santo combatendo a fera, é apenas uma visão metafórica da batalha que o santo enfrentou, até o seu martírio, vencendo ao próprio Satanás.
Seria interessante, porém, termos umas versões mais históricas, com mais embasamento sobre a vida do santo, pois sabe como é, o tempo passa e a cultura popular poderá colocar mais dados nesta história. Não me surpreenderia se, ao entrar numa Igreja de São Jorge, ou num terreiro de umbanda, eu avistasse no altar a imagem abaixo. É o risco da História, com suas verdades aumentadas, ou inventadas.

S. Jorge venceu a guerra com seu violão!

Descobrimento do Brasil.

Hoje é dia de lembrar como poderíamos ser diferentes caso os espanhóis ou ingleses chegassem antes por aqui. Tá bom, nada de choro, viu?

O elemento acima, exemplo típico de um cidadão cuja história do mundo mudou, por estar na hora errada, no lugar errado, e com as pessoas erradas.

Melhores do ano Revista RPC

Recentemente, observei a RPC fazendo uma premiação às melhores produções de teledramaturgia do quadro Casos & Causos, do programa Revista RPC, cuja longevidade já é bem expressiva, três anos.
Ótimo. A emissora produz, ou melhor, faz uma parceria com as produtoras, veicula as produções em horário pouco nobre e com audiência sofrível e realiza um "prêmio" em várias categorias para esse seleto grupo de eleitos, que podem usufruir da marca global no seu portfólio. Na matéria, não foram explicitados os critérios, nem os jurados, afinal, não era um prêmio aberto, era uma premiação interna de uma empresa, certo?
Tudo bem, toda empresa tem o direito de premiar parceiros, colaboradores e todo o seu quadro funcional por serviços prestados, metas atingidas, aniversários, etc. Convenhamos, porém, que prêmios institucionais não deveriam ser dados à produção cultural. É deselegante para um artista receber algo que não foi eleito, ou pelo menos, não foi nem fingido ser eleito pela sua audiência, pelos espectadores, enfim por aquele povo que o artista diz sempre ir aonde ele está. O valor de um prêmio como esse é mais ou menos o mesmo da seguinte situação: Você participa de um concurso de redação na sua sala. Um grupo de professores lê seu texto e você tira a nota 3,0. O vencedor tira a nota 8,0. Você não se conforma com o resultado, pega o texto vencedor e o seu texto e decide montar seu próprio concurso de redação. Num almoço de domingo na casa de sua avó, você reúne seus pais e mais um monte de tios e pede para que eles avaliem os dois textos. Eles dão nota 3,0 para o vencedor do concurso e nota 10,0 para o seu texto. Você tem, portanto, a melhor redação.
Está explicado.

Clipe da Vez - Hogerizah (só para maiores)

Enquanto a radiodifusão não melhora sua qualidade seletiva para nossos já sofridos ouvidos, aqui vai um mata-saudade oitentista de primeira, com a obra-prima da banda Hogerizah - Pros Que Estão em Casa. As letras dela tinham um pouco do lirismo poético do Cazuza e do Renato Russo, com a diferença que, não se sabe ao certo, não tinham pais de classe média. Roqueiros, deleitem-se.

Póstuma sobre Ivo - do Blindagem

Parece que vai ficar faltando algo no cenário rock de Curitiba, já tão pobrezinho. Mas vamos falar de Ivo, do Blindagem, que tocava ao mesmo tempo em grandes palcos e nos botecos da cidade. O homem morreu deixando um belo legado de letras e poemas de Leminski. Poderia o Blindagem ter ido mais longe? Claro que sim, mas a questão é, eles queriam? E o que é exatamente ir "mais longe" quando se faz arte e se faz o que gosta? Enquanto estamos às voltas com o sertanejinho universitário e outras coisas dispensáveis, que levam os artistas "mais longe" como que num passe de mágica, também temos gente que faz arte com respeito, e com mensagem. O Blindagem fez, Ivo fez, e isso é o que importa.